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Polícia do Senado diz que buscas contra senadores foram ilegais

O chefe da Polícia Legislativa diz que a Polícia Federal não apresentou os mandados

17:38 | 14/07/2015
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As operações de busca e apreensão em imóveis dos senadores Fernando Collor de Melo (PTB), Ciro Nogueira (PP) e Fernando Bezerra Coelho (PSB) foram acusadas de ilegais pelo chefe da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Araújo Carvalho. Ele afirmou à Folha de S. Paulo que a Polícia Federal, responsável pela ação, não apresentou os mandados à Polícia Legislativa, como determina resolução do Senado, apesar de a Polícia Federal não ser subordinada à Casa, mas ao Ministério da Justiça. "Não tem objetivo nenhum da Polícia do Senado, ou do Senado, de obstar cumprimento de um mandado judicial. O que houve aqui foi uma simples invasão, porque esse mandado não foi apresentado", disse.

As buscas e apreensões são parte da Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção instalado na Petrobrás envolvendo políticos, funcionários e empreiteiras. As ações contra os senadores foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e foram as primeiras oriundas da Corte Suprema, que abriga os processos contra os detentores de foro privilegiado.

A expectativa é de que não apenas a Polícia Legislativa condene a ação, mas a própria Câmara Alta. De acordo com a coluna Expresso, do portal da revista Época, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB), reuniu-se com Collor na tarde desta terça, 14, e deve soltar ainda hoje. Renan deve destacar que o Senado ficou surpreso com a operação e que o Senado nunca se recusou a cooperar com a PF, além da falta da apresentação de mandado na hora de adentrar nas residências.

A ação da PF causou apreensão entre os senadores. Segundo o Blog do Camarotti, hospedado no G1, em Brasília, a impressão é que a Polícia Federal trouxe a classe política para o foco das investigações, que até agora estariam nas empreiteiras. Um dos senadores alvos da operação, que não foi identificado, afirmou que Zavascki precisaria estar bem resguardado por provas para autorizar uma operação como essa, "o que mostra que as delações já avançaram muito mais do que o esperado".

Redação O POVO Online
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