Espero que acordos tenham sido espontâneos, diz Mello sobre delações da Lava Jato
"O momento é alvissareiro porque quando as coisas já não são varridas para debaixo do tapete a tendência é corrigir-se rumos e isso é muito importante para termos dias melhores no Brasil", afirmou Marco Aurélio. "Agora, devo admitir que eu nunca vi tanta delação. Que elas, todas elas, tenham sido espontâneas", concluiu o ministro, sugerindo esperar que nenhum dos acordos tenha sido firmado por pressão dos investigadores.
Advogados de investigados acusam o juiz que conduz a Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, Sérgio Moro, de manter prisões preventivas para estimular as delações. Nos últimos dias, o tema ganhou repercussão após a presidente Dilma Rousseff comparar os acordos de colaboração com delações da época da ditadura militar. "Eu não respeito delator. Até porque eu estive presa na ditadura e sei o que é que é. Tentaram me transformar em uma delatora", afirmou a presidente na última segunda-feira.
Questionado sobre as declarações da presidente, Marco Aurélio desconversou. "Eu assento que eles (delatores) querem colaborar com a Justiça, muito embora o objetivo maior seja salvar a própria pele, ou pelo menos amenizar uma pena futura", afirmou o ministro.