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'a Lava Jato é um suspiro de esperança', diz procurador

20:10 | 24/07/2015
O procurador da República Deltan Dallagnol, que integra a força-tarefa da Operação Lava Jato, disse que a investigação sobre o esquema de corrupção na Petrobras envolvendo cartel de empreiteiras "não tem espaço para teoria da conspiração". Ele fulminou ponto a ponto a versão da Odebrecht, a maior empreiteira do País, cujo presidente, Marcelo Bahia Odebrecht, foi preso dia 19 de junho e nesta sexta-feira, 23, foi denunciado formalmente por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

"Nos aproximamos da verdade por meio de provas e documentos", disse o procurador, em alusão aos extratos bancários enviados pela Suíça que, segundo o Ministério Público Federal, comprovam que a Odebrecht pagou propinas 'em valores elevados' no exterior a ex-diretores da estatal petrolífera.

Em comunicado publicado logo após a prisão de seu presidente e de quatro executivos, a Odebrecht afirmou que jamais fez pagamentos ilícitos e que nunca participou do cartel na Petrobras. "Não existe espaço na nossa investigação para teoria da conspiração", disse Deltan Dallagnol.

Ele disse que os investigadores da Lava Jato "têm um sonho". "Temos um sonho que compartilhamos com a sociedade, que todos sejam tratados de modo igual perante a lei. É um suspiro de esperança, um suspiro republicano. Se queremos que esse suspiro se torne história precisamos das 10 medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal", disse, em referência ao pacote de sugestões feitas pela instituição no curso da Lava Jato.

"O nosso compromisso é que as investigações não param aqui. Vamos fazer todo o possível para apurar todos os crimes e punir todos os criminosos", declarou Deltan Dallagnol.

O delegado da Polícia Federal Eduardo Mauat da Silva disse que o embate da Lava Jato "é profissional e técnico, embate de ideias, trabalho na técnica".

"Esperamos que a operação (Lava Jato) não seja mais uma em que as pessoas são presas, condenadas e o dinheiro recuperado, mas não haja mudança da mentalidade."

Mauat disse que neste caso "não existem vilões e mocinhos, mas partícipes, cada um com sua responsabilidade".

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