O presidente estadual do PT do Rio de Janeiro, Washington Quaquá, disse ver como um impacto pequeno a mudança aprovada em primeiro turno na Câmara de estender para cinco anos todos os mandatos de cargos executivos. "Cinco anos não faz muita diferença, eu por exemplo preferiria seis anos sem reeleição", disse ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado.

Quaquá ressalta que é mais uma medida da "não reforma", a seu ver, promovida pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDV-RJ). "O Cunha conseguiu colocar o bode na sala para aprovar o que ele queria, que era o financiamento empresarial (a partidos). Eles fizeram ovos mexidos, conseguiram dar a mexida que lhes interessavam", afirmou. "Essa PEC (da doação empresarial) prostitui mais ainda o sistema político".

Paulo Ferreira, ex-tesoureiro da legenda e um dos coordenadores da corrente majoritária do PT - a Construindo um Novo Brasil (CNB) - faz avaliação semelhante. "A experiência da reeleição no Brasil é recente, acho que poderia manter um pouco mais. Mas não tem reforma nenhuma, vamos falar sério, né?", comentou.

"Não se mexeu nas questões centrais, querem continuar com financiamento privado de campanha e com o mesmo sistema eleitoral, o que demonstra um dissenso profundo dos partidos com a população", disse Ferreira.