Em discurso, presidente do PT dirá que ajuste não pode ser 'frouxo com os fortes'
"O PT apoia o empenho da presidenta Dilma para enfrentar os desafios da conjuntura, sobretudo a disposição de dialogar amplamente com os movimentos sociais organizados e as centrais sindicais. Mas considera vital que o custo de retificação das contas públicas recaia sobre quem mais tem condições de arcar com o custo do ajuste", dirá o presidente do PT. Uma das principais reclamações do partido é que o governo não tenha proposto, neste momento de ajuste, a taxação de grandes fortunas.
Segundo Rui Falcão, "o PT não acredita que é possível retomar o crescimento provocando recessão, nem que se possa combater a inflação com juros escorchantes e desemprego de trabalhadores e máquinas". O mandatário petista cobrará da presidente Dilma Rousseff "coragem política" para enfrentar as "pressões do mercado" de capitais. Ele elogiará, porém, a iniciativa do governo de lançar um pacote de concessões de infraestrutura, citando que ele gerará emprego e investimento para alavancar o desenvolvimento.
"Não há nenhuma fatalidade que obrigue povos ou governos a capitularem diante das pressões do mercado, ou seja, dos bancos e do grande capital que dominam o planeta. É preciso ter coragem política - e a nossa presidenta a tem de sobra -, vontade de resistir e de buscar alternativas, adotando as providências necessárias para fazê-los recuar", defenderá o petista.
Falcão falará ao partido imediatamente antes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da própria Dilma, que abreviou sua viagem à Bélgica para chegar a tempo da abertura no congresso. Segundo o ministro Edinho Silva, Dilma deve falar em seu discurso sobre a importância do apoio do PT para a sustentação do governo neste "momento difícil".