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Dívida pretérita (de campanha) pode ser paga com doação empresarial, diz Falcão

16:40 | 13/06/2015
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, deu aval para a estratégia de diretórios endividados escaparem da resolução de abril do partido e receberem doações empresariais para quitar dívidas. A questão gerava dúvidas e até agora não havia sido colocada com clareza pelo dirigente máximo do PT.

"Hoje o PT não recebe recursos para financiar suas atividades de empresas privadas. Se existe alguém recebendo doação para pagar dívida pretérita, é outra questão. Sempre, com dívidas pretéritas, tem alguém querendo doar. Dentro da lei, é anterior a essa norma que nós aprovamos, então nós não estamos fazendo retroceder o que foi aprovado até aqui", desconversou.

Na quarta-feira (10), o presidente do diretório paulista, Emídio Souza, disse justamente que precisava que se abrisse uma exceção à regra estabelecida, para que o diretório conseguisse quitar suas dívidas. "Estamos propondo que se abram exceções à proibição. Não vejo como pagar nossa dívida sem contribuição empresarial. É melhor assumir isso agora do que depois ter de pagar um preço político mais alto", disse Emídio.

Quando da aprovação da resolução, há dois meses, não foi colocada essa exceção. O partido dizia apenas que seus diretórios não receberiam doações empresariais e deixava em aberto as doações para campanhas de candidatos petistas em época de eleição. A Câmara, contudo, aprovou uma PEC em primeira votação que vai na direção contrária, libera doações a partidos e veta a candidatos, o que pressiona o PT a recuar da decisão tomada em abril.

Por ora, vale a regra como explicada hoje pelo presidente nacional Rui Falcão e fica remetida a decisão a um futuro encontro do diretório nacional, que pode deliberar sobre a doação a candidatos. Falcão destacou que o partido continuará lutando contra as doações empresariais no Congresso Nacional e na Justiça.

PMDB

Sobre a relação com o PMDB, Falcão afirmou que o partido não trabalha com a hipótese de romper com a coalizão, sob pena de provocar forte instabilidade para a presidente Dilma Rousseff na atual conjuntura. "Não há nenhuma condição, nenhum propósito de romper a aliança no Congresso Nacional com os partidos que integraram nossa convenção. Claro que precisa haver um diálogo no sentido de ter unidade em torno das propostas de governo, mas isso requer conversa, negociação política e não simplesmente um rompimento unilateral que, na conjuntura que vivemos hoje, poderia levar a uma desestabilização forte do nosso governo."

Ele afirmou que o Congresso Nacional é um "poder constituído" com o qual o PT precisa dialogar e que isso não se contrapõe à proposta de frente ampla, com movimentos sociais e centrais sindicais, proposta na resolução do congresso."É evidente que há contradições dentro da base aliada não só com o PMDB, mas por isso é importante o trabalho de costura das alianças."

Durante a plenária que votou o texto final do congresso, vários delegados fizeram coro de "Fora Cunha", em referência ao presidente da Câmara, o peemedebista Eduardo Cunha, e reclamaram de a coordenação política ser feita pelo PMDB, na figura do vice-presidente Michel Temer.

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