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Coalizão entre PT e PMDB 'está no CTI', afirma Cunha

19:00 | 26/06/2015
A coalizão entre PT e PMDB "está no CTI" (Centro de Terapia Intensiva), afirmou nesta sexta-feira, 26, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Integrante da base aliada do governo, que comanda com mão de opositor, ele disse que o PT "se escondeu" na hora de votar a reforma política e voltou a defender que seu partido desembarque da coligação para apresentar candidatura própria ao Planalto em 2018.

"A coalizão está no CTI. (...) Acho muito pouco provável que você consiga manter qualquer tipo de coalizão com o PT na próxima eleição", disse Cunha em entrevista a jornalistas internacionais no Rio.

Para o deputado, é um problema o fato de o PMDB não apresentar candidato a presidente há 20 anos. "O PMDB tem que apresentar (candidato). Até porque o processo político tem que ser debatido na eleição. As nossas divergências têm que ser mostradas. Os nossos projetos, aquilo que a gente pensa do País, tem que ser do conhecimento da população", afirmou.

Cunha evitou apontar algum possível candidato peemedebista à Presidência e desconversou sobre a possibilidade de assumir o posto. "No momento certo, o PMDB saberá buscar dentro dos seus quadros a construção de uma candidatura que tenha condições de disputar o processo político", disse, enfatizando que hoje ocupa a Presidência da Câmara. "Quem fica refém de ambições futuras perde a condição do exercício pleno da atividade que se propõe a exercer. O meu compromisso é com o exercício da presidência da Câmara."

O parlamentar também criticou a posição do governo durante a votação da reforma política. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff, no primeiro pronunciamento após a reeleição, disse que a prioridade seria a reforma política, citando o plebiscito.

"E o que fizeram esses agentes que defenderam a reforma política? Se esconderam na hora de votar. Não vi uma palavra do governo ou da presidente sobre a reforma política votada", questionou.

O presidente da Câmara afirmou que o País vive uma "crise do presidencialismo" e que o PT "não tem condição de governar sozinho". "Não temos o presidencialismo de coalizão, temos o presidencialismo de cooptação", disse.

Apesar das críticas ao governo, o deputado voltou a refutar a abertura de processo de impeachment. Ele reconheceu não ser "unanimidade" entre os brasileiros, mas garantiu que é mais popular que Dilma, cuja avaliação como bom ou ótimo é a mais baixa desde o período Collor (início da década de 80), segundo o instituto de pesquisas Datafolha. "Meu índice de ótimo e bom é 70% maior do que o da presidente da República, então pelo menos ela está mais odiada que eu."

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