Servidor demitido por Cunha pede licença médica na Câmara
Eira foi exonerado da função e deslocado para a Consultoria Legislativa após a revelação de que Cunha aparece como autor do requerimento que pedia a investigação parlamentar da empresa Mitsui, em 2011. O requerimento era uma solicitação de informações ao Tribunal de Contas da União (TCU). O documento teria sido escrito no terminal do peemedebista e a apresentação formal da solicitação foi feita pela então deputada Solange Almeida (PMDB-RJ). Segundo o doleiro Alberto Youssef, essa investigação teria sido apenas uma forma de pressionar a empresa, suspeita de integrar o cartel que atuava na Petrobras, a pagar propina a políticos.
Ao deslocar o servidor, Cunha sugeriu manipulação contra ele na área de Informática depois que a Casa passou a exigir dos funcionários que cumprissem carga horária de 40 horas semanais. O episódio chamou a atenção da PGR, que apura o envolvimento do presidente da Câmara com o esquema de corrupção na estatal, e imediatamente colheu o depoimento do ex-diretor a fim de esclarecer o procedimento de apresentação de requerimentos por parlamentares.
Eira reiterou no depoimento que uma auditoria interna da Casa concluiu que não houve fraude, que o requerimento no sistema de informática da Câmara é feito por meio de uma "senha pessoal e intransferível" do parlamentar e destacou que o nome de Cunha figura como autor do procedimento. O deputado nega que seja autor do requerimento, se diz vítima de um funcionário "demitido e com raiva" e do procurador-geral Rodrigo Janot que, em sua visão, estaria agindo de forma "pessoal".