PUBLICIDADE
Notícias

Ivo Corrêa diz que financiamento privado para partidos produz efeitos 'perversos'

18:30 | 28/05/2015
O subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, Ivo Corrêa, utilizou a sua conta pessoal no Facebook para criticar a decisão da Câmara dos Deputados, que aprovou nesta quarta-feira, 27, a inclusão na Constituição do financiamento de empresas a partidos políticos e doações de pessoas físicas a candidatos.

"Os efeitos perversos da regra (hoje vigente) de que empresas possam doar recursos a partidos e candidatos estão aí para qualquer um ver. São inúmeros os exemplos de corrupção e escândalos que ocorreram nas últimas 3 décadas simplesmente pelo fato de que as empresas são a principal fonte de financiamento da nossa democracia e, é claro, como qualquer negócio orientado pelo lucro, elas querem retorno dos seus investimentos!", escreveu Corrêa no Facebook, em comentário postado por volta das 10h30 desta quinta-feira.

O resultado da votação na Câmara representou uma vitória do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que queria colocar na Constituição a regra da doação privada.

"Foram decisivos na aprovação dessa Emenda Constitucional os votos dos partidos chamados nanicos e da oposição ao Governo Dilma (DEM e PSDB; PPS votou contra). Acho especialmente incompreensível o posicionamento do PSDB a esse respeito. Sem os 46 votos do PSDB, a emenda teria sido rejeitada", prosseguiu o subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.

"Já conversei com muitos amigos e conhecidos que militam no PSDB, tentando promover alguma faísca que ajude a mudar essa posição, pois acho totalmente incoerente com os princípios que orientaram a fundação daquele partido e com as suas principais bandeiras públicas atuais", comentou Ivo Correa, que também postou um link de reportagem da revista "Carta Capital" com a lista dos deputados que aprovaram a doação empresarial de campanha.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Casa Civil informou que a opinião expressada por Ivo Corrêa no Facebook é "pessoal" e não reflete a posição da Pasta. O servidor deverá deixar o cargo em junho para fazer um mestrado em Harvard.

TAGS