Câmara gastará mais para estender contrato da Kroll com a CPI da Petrobras
A reunião entre os deputados e representantes da Kroll será a portas fechadas. Nela, há a expectativa de que seja apresentada a lista de todos os nomes já apurados e o novo plano de trabalho da consultoria. O orçamento das próximas três fases ainda não foi definido.
"O trabalho que foi pago à Kroll corresponde às duas primeiras fases. As outras fases subsequentes da investigação deverão ser novamente custeadas pela Câmara. Não se chama aditivo, é uma continuação da contratação", explicou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). O peemedebista não entrou em detalhes sobre a apuração feita até o momento "para não prejudicar as investigações".
Novos passos
A CPI, que deve ter seu prazo de funcionamento estendido por mais 60 dias a partir do próximo mês, partirá para uma nova fase nas investigações. Para dar fôlego aos trabalhos, serão apreciados, no dia 11, mais de 100 requerimentos, incluindo novas convocações, acareações, visitas a estaleiros, quebra de sigilo sobre os negócios da família Schahin e audiências para aprofundar o foco das investigações sobre as brechas do sistema financeiro que permitem crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
"Na história recente do Brasil, você não vê um grande escândalo de corrupção que não tenha envolvido doleiro e instituição financeira fraudando o sistema", justificou Motta. A CPI quer investigar bancos e corretoras denunciadas no esquema de corrupção.
Na reunião da tarde desta quinta-feira, 28, a cúpula da CPI decidiu que manterá os políticos fora da programação de depoimentos. "Entendo a vontade da exposição (da imprensa), mas CPI é para investigar", rebateu Motta. "A CPI não pode se transformar no Conselho de Ética", emendou.
Até o dia 16, a comissão tem uma pauta carregada de oitivas. Desde o dia 20 de maio, os parlamentares dedicaram a agenda aos depoimentos de empreiteiros, mas se frustraram com o silêncio dos envolvidos na Operação Lava Jato. Dos 12 convocados, só Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, falaram na CPI, mas sem agregar fatos significantes. "Tínhamos a expectativa de que eles pudessem contribuir. Muitos não estão contribuindo, para nossa infelicidade. Mas a CPI não pode parar, temos de seguir nossa vida, nosso foco de investigação", disse Motta.
A rodada dos empreiteiros termina na próxima semana com Sérgio Cunha Mendes (da Mendes Júnior) e Dario Queiroz Galvão Filho (do Grupo Galvão). Mesmo com a frustração dos últimos dias, o peemedebista considera que a comissão está se esforçando para avançar e terá resultados positivos. "A CPI continua viva, ela nunca morreu. Não precisa reavivar o que está vivo", respondeu ao ser questionado sobre a baixa produtividade da CPI.
O presidente da CPI disse não temer o esvaziamento de sua comissão diante de novas comissões que poderão ser instaladas no Congresso, entre elas a CPI da CBF. "Não estou concorrendo com ninguém, estou querendo investigar. CPI nova sempre é muito bom", declarou.