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Câmara gastará mais para estender contrato da Kroll com a CPI da Petrobras

18:10 | 28/05/2015
A CPI da Petrobras vai estender o contrato com a consultoria Kroll para dar continuidade aos trabalhos de rastreamento de envolvidos no esquema de corrupção na estatal com contas no exterior. Só no dia 11 de junho os membros da comissão terão acesso ao resultado do levantamento produzido pela empresa de espionagem. A Câmara dos Deputados já desembolsou R$ 1,1 milhão em um contrato mantido sob sigilo.

A reunião entre os deputados e representantes da Kroll será a portas fechadas. Nela, há a expectativa de que seja apresentada a lista de todos os nomes já apurados e o novo plano de trabalho da consultoria. O orçamento das próximas três fases ainda não foi definido.

"O trabalho que foi pago à Kroll corresponde às duas primeiras fases. As outras fases subsequentes da investigação deverão ser novamente custeadas pela Câmara. Não se chama aditivo, é uma continuação da contratação", explicou o presidente da CPI, Hugo Motta (PMDB-PB). O peemedebista não entrou em detalhes sobre a apuração feita até o momento "para não prejudicar as investigações".

Novos passos

A CPI, que deve ter seu prazo de funcionamento estendido por mais 60 dias a partir do próximo mês, partirá para uma nova fase nas investigações. Para dar fôlego aos trabalhos, serão apreciados, no dia 11, mais de 100 requerimentos, incluindo novas convocações, acareações, visitas a estaleiros, quebra de sigilo sobre os negócios da família Schahin e audiências para aprofundar o foco das investigações sobre as brechas do sistema financeiro que permitem crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

"Na história recente do Brasil, você não vê um grande escândalo de corrupção que não tenha envolvido doleiro e instituição financeira fraudando o sistema", justificou Motta. A CPI quer investigar bancos e corretoras denunciadas no esquema de corrupção.

Na reunião da tarde desta quinta-feira, 28, a cúpula da CPI decidiu que manterá os políticos fora da programação de depoimentos. "Entendo a vontade da exposição (da imprensa), mas CPI é para investigar", rebateu Motta. "A CPI não pode se transformar no Conselho de Ética", emendou.

Até o dia 16, a comissão tem uma pauta carregada de oitivas. Desde o dia 20 de maio, os parlamentares dedicaram a agenda aos depoimentos de empreiteiros, mas se frustraram com o silêncio dos envolvidos na Operação Lava Jato. Dos 12 convocados, só Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, falaram na CPI, mas sem agregar fatos significantes. "Tínhamos a expectativa de que eles pudessem contribuir. Muitos não estão contribuindo, para nossa infelicidade. Mas a CPI não pode parar, temos de seguir nossa vida, nosso foco de investigação", disse Motta.

A rodada dos empreiteiros termina na próxima semana com Sérgio Cunha Mendes (da Mendes Júnior) e Dario Queiroz Galvão Filho (do Grupo Galvão). Mesmo com a frustração dos últimos dias, o peemedebista considera que a comissão está se esforçando para avançar e terá resultados positivos. "A CPI continua viva, ela nunca morreu. Não precisa reavivar o que está vivo", respondeu ao ser questionado sobre a baixa produtividade da CPI.

O presidente da CPI disse não temer o esvaziamento de sua comissão diante de novas comissões que poderão ser instaladas no Congresso, entre elas a CPI da CBF. "Não estou concorrendo com ninguém, estou querendo investigar. CPI nova sempre é muito bom", declarou.

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