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Bancada do PT reafirma apoio às MPs, mas dissidentes não serão punidos

15:50 | 06/05/2015
Após uma tensa reunião recheada de críticas à atuação do PMDB, a bancada do PT na Câmara decidiu nesta quarta-feira, 6, reafirmar apoio às medidas provisórias do ajuste fiscal. Contudo, apesar da pressão dos peemedebistas que cobram um apoio explícito dos petistas, o partido não vai punir qualquer parlamentar dissidente que eventualmente votar contra a Medida Provisória 665. A MP, que altera regras de acesso ao seguro-desemprego e do abono salarial, está na pauta do plenário da Câmara nesta tarde.

O líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), deixou o encontro afirmando que a bancada petista fechou questão em favor das duas medidas provisórias (665 e 664). Segundo ele, uma nota da liderança do partido será divulgada em breve reafirmando o apoio integral dos deputados às propostas da forma como foram aprovadas pelas comissões mistas. "O PT fechou a questão e queremos o apoio das bancadas de apoio à presidente Dilma Rousseff", cobrou Sibá, num recado indireto ao PMDB.

Fechada para a imprensa, segundo relatos obtidos pelo Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, a reunião da bancada foi marcada por críticas à tentativa do PMDB de tentar controlar a atuação dos petistas na Câmara. No encontro, o deputado Luiz Couto (PT-PB) afirmou que os peemedebistas querem jogar o "PT na parede". Um dos mais exaltados, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disparou: "Não podemos ficar submissos e reféns do PMDB."

Os peemedebistas não queriam ficar com o ônus de apoiar sozinhos as medidas provisórias do ajuste fiscal, tidas como impopulares. Chegaram a afirmar que deixariam de apoiar o ajuste, caso o PT não apoiasse as MPs. O Palácio do Planalto temia que o comportamento do PMDB, se eventualmente não apoiasse as propostas, pudesse contaminar os demais partidos da base aliada, contaminando assim o ajuste.

A reportagem apurou que os petistas chegaram a discutir no encontro se o partido efetivamente fecharia questão, com uma eventual punição para quem votasse contra. O receio, segundo relatos, era de que a medida provocaria um racha ainda maior na bancada. Contudo, os petistas, comandados pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), preferiram reforçar o apoio ao governo sem sanções aos integrantes da bancada.

A deputada e ex-ministra Maria do Rosário (PT-RS), presente à reunião da bancada petista, cobrou "unidade" do partido em torno da proposta. Mesmo sem comparecer ao encontro, ministros e o presidente do PT, Rui Falcão, telefonaram para parlamentares do partido cobrando apoio. "Vamos reafirmar o apoio às medidas provisórias", disse o líder do PT, ao final da reunião, ao destacar que vai atrás dos 64 votos de apoio na bancada às propostas.

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