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Deputados favoreciam empreiteiras no Congresso todos os dias, diz Youssef

17:05 | 30/04/2015
Em novo depoimento prestado à Justiça Federal no Paraná nesta quarta-feira, 29, o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Lava Jato, deu mais detalhes sobre o envolvimento de políticos no esquema de corrupção da Petrobras e disse que as lideranças do PP sempre buscavam favorecer as empreiteiras que cartelizavam as licitações e pagavam propinas em contratos na estatal.

"Para favorecimento (de empreiteiras) existia pedido todos os dias (no Congresso)", disse Youssef ao ser questionado por um advogado se os parlamentares do PP envolvidos no esquema adotavam medidas no Congresso para favorecer as empreiteiras investigadas na Lava Jato.

O delator explicou ainda que todo o esquema era articulado entre políticos, empresas e diretores da Petrobras. "Isso era uma situação combinada entre empreiteiros, políticos e diretores da companhia, acredito que se (as empreiteiras) parassem de pagar não teria um andamento bom do contrato. Trabalhar com a Petrobras já é muito difícil sem esse tipo de 'assessoria'�, com a 'assessoria' já é difícil, sem é pior ainda", afirmou o doleiro.

Ao ser indagado sobre quais políticos do PP davam as ordens para exigir os pagamentos de propina, Youssef citou os nomes de José Janene (morto em 2010), do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, do ex-deputado condenado no mensalão e também preso na Lava Jato Pedro Corrêa e os deputados João Pizzolati e Nelson Meurer, investigados pelo Supremo Tribunal Federal. Janene morreu em 2010. Todos os parlamentares da sigla negam envolvimento com o esquema.

O doleiro ainda reafirmou que a maioria dos parlamentares do PP recebiam propinas do esquema e que entregava dinheiro aos deputados da sigla em dinheiro vivo ou, em alguns casos, por meio de transferências bancárias.

O depoimento de Youssef nesta quarta faz parte do interrogatório dos acusados nas 5 ações penais na Justiça Federal do Paraná envolvendo as empreiteiras Camargo Corrêa, UTC, Engevix, OAS, Galvão Engenharia e Mendes Junior, todas acusadas de fazer parte do cartel que atuava nas licitações da estatal petrolífera e que tiveram seus executivos presos na 7ª etapa da Lava Jato. Nesta quarta, contudo, após decisão do Supremo acatando o recurso do executivo da UTC, Ricardo Pessoa, nove executivos destas empreiteiras deixaram a prisão e passaram a cumprir regime domiciliar, monitorados com tornozeleira eletrônica.

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