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Senador Fernando Bezerra (PSB) é incluído no rol de investigados

17:50 | 12/03/2015
A Procuradoria-Geral da República (PGR) protocolounesta quinta-feira, 12, um inquérito contra o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) para apurar suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras. O senador é citado nos depoimentos dos delatores da Operação Lava Jato, o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Nos depoimentos, o nome de Bezerra aparece como representante do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Bezerra foi ministro da Integração Nacional no início do primeiro governo Dilma, permanecendo no cargo até o final de 2013.

Com o pedido, sobe para 50 o número de investigados no STF por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras (com o ex-ministro Antonio Palocci, que teve o processo enviado à Justiça do Paraná com recomendação de abertura de inquérito naquele foro, o total chega a 51) . Segundo a PGR, por um "erro processual" o material não foi enviado junto com os demais, no dia 3 de março, ao ministro Teori Zavascki.

Os procuradores perceberam que faltava um pedido na última conferência do material antes do envio ao relator do Supremo e decidiram não atrasar os demais pela falta de apenas um.

Em depoimento prestado à Polícia Federal, Costa disse ter sido procurado por Bezerra em 2010 para o recebimento de propina no valor de R$ 20 milhões, que seria destinado à campanha de Campos à reeleição do governo de Pernambuco. À época, Bezerra era secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e dirigente do Porto de Suape, complexo industrial onde está instalada a Refinaria Abreu e Lima. Campos morreu em acidente aéreo em agosto do ano passado em meio à campanha pela presidência da República.

Costa relata que tomou conhecimento da solicitação de recursos por Youssef. O ex-diretor não soube detalhar de que forma o montante teria sido pago a Bezerra, mas indica que essa contribuição deveria ser feita por meio de recursos do consórcio Ipojuca Interligações, formado pelas empresas IESA e Queiroz Galvão, que atuava na obra de Abreu e Lima.

Já Youssef relata que negociava uma comissão inicial de R$ 45 milhões referente às obras de Abreu e Lima. O doleiro explica que o valor foi reduzido para R$ 20 milhões porque parte dos recursos anteriores havia sido encaminhada ao governo pernambucano para "resolver alguns problemas" que poderiam prejudicar a obra e os repasses a um outro consórcio, chamado Conest (formado pela Odebrecht e OAS) para construção da refinaria.

Nas palavras de Costa, Bezerra "iria resolver o assunto" e, segundo Youssef o então secretário teria recebido o dinheiro para acabar com as divergências. Costa relatou ainda ter tratado do assunto diretamente com Campos.

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