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Governo deveria ter discutido MPs com trabalhadores, diz ministro

13:30 | 30/03/2015
O ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, reconheceu nesta segunda-feira, 30, que as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, que preveem alterações nas regras trabalhistas e previdenciárias, só deveriam ter sido enviadas ao Congresso após conversa prévia com os trabalhadores. Segundo ele, foi a primeira vez que o governo fez alterações na legislação trabalhista sem antes discutir com as centrais sindicais. "E deu no bode que deu", afirmou a trabalhadores durante reunião no Sindicato dos Metalúrgico de Osasco.

Apesar de reconhecer o erro, Dias saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff. Em entrevista à imprensa após o evento, ele justificou que não houve discussão prévia por um "problema de anuidade", que estabelecia que as MPs deveriam ser enviadas até 31 de dezembro do ano passado. O ministro rechaçou ainda a tese de que houve demora no diálogo com as centrais sindicais após o envio das propostas. Segundo ele, uma semana depois de as MPs chegarem ao Congresso, o governo começou a se reunir com os sindicalistas.

Questionado se chegou a aconselhar Dilma de que deveria dialogar antes com as centrais para evitar o desgaste, o ministro afirmou que "a presidenta não precisa de aconselhamento". "A presidenta governa o País. Ela sabe o momento das medidas e o momento exato que devem ser propostas", afirmou. "Poderia, poderia (ter sido enviada antes), mas não foi", reconheceu logo em seguida, destacando que as medidas serão aprovadas após entendimento no Congresso entre os trabalhadores, parlamentares e o governo.

Manoel Dias destacou que, na medida em que Dilma designou quatro ministros - ele, Carlos Gabas (Previdência), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) e Nelson Barbosa (Planejamento) - para negociar com as centrais, "está implícito que haverá algum entendimento". Ele ressaltou que a única proposta dos sindicalistas até agora é a retirada total, o que o governo não aceita. Por isso, as medidas estão sendo negociadas no Congresso, em busca de uma solução. "Em última instância, o Congresso que decide", lembrou.

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