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Governadores do NE se reúnem para alinhar pauta antes do encontro com Dilma

15:40 | 25/03/2015
Os nove governadores do Nordeste que se reúnem na tarde desta quarta-feira, 25, com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, acabam de fazer uma reunião de cerca de duas horas, em um hotel de Brasília, para um alinhamento da pauta de cobranças que levarão para este encontro.

Esses gestores vão sinalizar à presidente que compreendem e respeitam o pacote de ajuste fiscal elaborado pela equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Contudo, a despeito de comandarem os Estados de uma região que concentra o principal reduto do PT, pretendem cobrar do governo federal a liberação imediata de recursos para as obras em curso e para o combate à seca. "Há uma intolerância com relação ao fechamento integral das torneiras de recursos e com relação à paralisia total do governo neste início de segundo mandato", disse um dos participantes dessa reunião.

Na reunião que realizaram no início da tarde, os nove governadores decidiram fixar suas cobranças nos seguintes itens que consideram prioritários: a liberação de linhas de financiamento de crédito para obras em seus Estados e a liberação de recursos para o combate à seca que afeta essa região, com prioridade para a perfuração de poços artesianos, carros pipas e construção de adutoras de engate rápido.

"O Brasil não pode parar em razão do arrocho fiscal", disse um desses gestores, destacando que esses recursos (empréstimos) acabam voltando para os cofres da União. A seca é uma questão que preocupa esses gestores, apenas na Paraíba, 73 municípios enfrentam problemas decorrentes da falta d'água.

Além dessas reivindicações, que são prioritárias, os governadores vão falar também sobre a liberação de recursos para obras hídricas de maior porte e a regulamentação do novo indexador das dívidas de Estados e municípios, além de lembrar a presidente Dilma Rousseff das demandas contidas na "Carta da Paraíba", elaborada em dezembro quando eles foram eleitos.

A preocupação desses chefes de Executivos estaduais é que o freio colocado pelo governo federal nos investimentos possa acirrar a crise e gerar desemprego na região. "Quando o País está a pleno funcionamento, já era preciso avançar na nossa região para conter as desigualdades, agora, imagine em um quadro de crise e de paralisação em termos de investimentos, a necessidade é maior", destacou um dos integrantes da reunião.

As questões políticas e o quadro nacional, como as recentes manifestações contra o governo federal e o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, não foram debatidas nesta reunião, cujo foco foi mais administrativo. Essas questões serão discutidas no próprio encontro com a presidente, que ocorrerá logo mais no Palácio do Planalto.

A presidente sabe que as exigências que receberá desses chefes de Executivos estaduais contrariam a política de ajuste fiscal, mas avalia também que é preciso implantar uma agenda positiva para estancar a perda de popularidade e garantir o apoio na região onde seu partido obteve as maiores vitórias nas últimas eleições, sobretudo num momento em que mais de dois milhões de brasileiros foram às ruas de todo o País, no domingo, dia 15, protestar contra sua gestão.

A reunião dos noves governadores do Nordeste, antes do encontro desta quarta-feira com a presidente Dilma no Palácio do Planalto, teve o intuito também de marcar e fortalecer a posição desses gestores com a cobrança de mais recursos para seus Estados.

A preocupação demonstrada por eles é que o governo federal, ciente de que o Nordeste é um reduto do PT, queira transformar essa agenda em um fato positivo apenas para a gestão da presidente Dilma Rousseff, em detrimento das demandas urgentes da região Nordeste.

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