Duque recebeu obras de arte como pagamento de propina, diz PF
O lobista seria Milton Pascowitch. "Obras de arte são habitualmente pagas com dinheiro em espécie. É um mercado não muito rígido e muito fértil para lavagem de dinheiro", afirmou o delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paulo.
"Pelo menos três casos já foram identificados em que ele (Duque) escolheu quadro, comprou e solicitou que fosse pago pelo operador", disse o delegado.
O comprador seria Milton Pascowitch, dono da Jamp Engenheiro Associados. Ele e sua empresa são peças-chave nas investigações que envolvem o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e sua empresa, a JD Assessoria e Consultoria.
A empresa de Dirceu está sob suspeita de ter recebido dinheiro do cartel por consultorias frias. Ele prestou serviços de "lobby internacional" para a Engevix Engenharia, uma das empreiteiras do cartel na Petrobrás, de quem recebeu R$ 1,1 milhão.
Nesta quinta-feira, 19, a PF entregou no Museu Oscar Niemeyer 139 quadros apreendidos na Operação.
São 131 quadros e esculturas apreendidos na casa de Duque e oito telas recolhidas na casa do lobista Adir Assad, preso também na segunda-feira, em São Paulo.
A Operação Lava Jato apreendeu um acervo total de 203 quadros. Nos primeiros pacotes já entregues ao museu, apenas uma tela - da doleira Nelma Kodama - era réplica.