Dilma nega atraso do governo federal no pagamento de obras do Minha Casa
De acordo com o jornal "O Estado de S. Paulo", para melhorar as contas fiscais, o governo atrasou neste início de ano os pagamentos às empresas que constroem as habitações destinadas às famílias de renda mais baixa inscritas no Minha Casa, Minha Vida, o principal programa da presidente Dilma Rousseff.
O jornal ouviu no início de março dezenas de construtoras responsáveis pelos empreendimentos que vão ser entregues às famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil (faixa 1 do programa habitacional). Sob a condição de anonimato, com medo de represálias do governo, os empresários foram unânimes em confirmar os atrasos, que chegam, em alguns casos, a um mês.
Dilma voltou a defender o ajuste fiscal proposto pelo governo e disse que é preciso "adequar política econômica à mudança da realidade". "Tenho certeza que o Brasil volta a crescer se a gente fizer essa movimentação", disse, destacando que com o programa de desonerações o Brasil "perdeu R$ 25 bilhões" e que agora o governo está "diminuindo essa perda". Ela destacou, entretanto, que "tem várias reformas que temos que fazer depois do ajuste", disse.
A presidente citou o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado na última sexta-feira, que mostrou que o País cresceu apenas 0,1% em 2014. "Falaram que o Brasil cresceu muito pouco em 2014, mas ninguém diz que os dados da solvência do país melhoraram todos", afirmou, destacando que com a revisão do cálculo "estamos agora com 58% da dívida bruta sobre o PIB."
Fies
Dilma foi questionada sobre as mudanças nas regras no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Segundo ela, o número de matrículas foi crescendo "ano a ano", mas agora é preciso corrigir algumas distorções. "Houve distorção no programa e estamos corrigindo", disse.
Segundo a presidente, algumas instituições fizeram reajustes muito acima do que o governo pode arcar. "Não se pode aceitar que o reajuste das mensalidades seja aquele que a empresa resolver dar. Nós bancamos reajuste até 6,5%", disse.