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Desagravo a Cunha na CPI da Petrobras pode enfraquecer comissão, diz analista

20:20 | 12/03/2015
O desagravo feito nesta quinta-feira, 12, ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na CPI da Petrobras, poderá enfraquecer os trabalhos desta comissão, na medida em que este tipo de afago ao parlamentar seria mais usual se fosse feito no plenário da Casa e não em uma comissão cuja função é investigar a prática de atos ilícitos e irregulares na estatal petrolífera. A avaliação é do cientista político e professor da FGV Marco Antônio Carvalho Teixeira.

"Na minha avaliação, esta sessão de solidariedade a Cunha pode desmoralizar os trabalhos da CPI da Petrobras, porque pode levantar suspeição em que não foi tratado de forma benevolente e gerar uma perda de confiança, que é um elemento central nesse tipo de comissão, na condução dos depoimentos", diz o cientista político, argumentando que os depoentes que tiveram outro tratamento poderão questionar a diferença de tratamento e colocar em xeque a postura dos próprios parlamentares deste colegiado, duros com uns e dóceis com outros.

Carvalho Teixeira avalia também que "este tipo de bajulação, em um momento em que a sociedade exige que o País seja passado a limpo" só contribuiu para aumentar a desconfiança com a classe política.

Protestos

Ao falar dos protestos programados para amanhã, 13, e domingo, 15, o cientista político diz que o clima está muito tenso, acirrado e a briga pelo poder deflagrada pelos partidos pode trazer uma grande perda ao País. "Para se ter a luz no fim do túnel desta crise, é preciso um pacto de lideranças com credibilidade, coisa que não estamos assistindo", lamentou. Ele acredita que o PSDB, ao referendar o protesto de domingo, onde o mote será o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, fez uma jogada de risco. "Quem disse que o povo também não vai querer protestar contra governo estaduais administrados pela sigla e que enfrenta, como no Paraná, problemas de gestão?"

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