Cid Gomes teve o microfone cortado e seguiu da Câmara direto para o Planalto
Após uma sequência de discursos pedindo sua saída do cargo, Cid teve 10 minutos de direito de resposta. Ele iniciou sua fala repetindo que tinha profundo respeito pelo parlamento e que defendia a harmonia entre os poderes. "Estou aqui com toda humildade e com respeito ao parlamento brasileiro", declarou. O ministro voltou a dizer que não tinha problemas em se desculpar com quem se julgou agredido injustamente.
Ao citar o momento de dificuldade do governo, Cid citou a pesquisa Datafolha demonstrando a impopularidade que o governo Dilma enfrenta no momento. Para ele, o levantamento mostra a visão que a população tem sobre os poderes.
Com uma postura de enfrentamento, Cid voltou a dizer que alguns partidos querem criar dificuldade para obter mais ministérios. "Uns tinham cinco e agora têm sete. Logo vão querer a presidência", provocou o ministro em um discurso indireto ao PMDB. "Tenho convicção de que Dilma é vítima de setores da sociedade, como políticos e empresários", enfatizou.
Em tom altivo, o ministro condenou o oportunismo de alguns parlamentares da base aliada em momento de crise e disse que, "se alguém está mal, ele (Cid) vai querer ajudar". "Perdoem-me, mas não posso dizer aqui que eu não disse o que eu disse", reiterou Cid.
Na primeira intervenção após seu discurso, Zveiter disse que Cid agia premeditadamente para piorar a relação entre governo e parlamento. Na avaliação do deputado, Cid queria "pular fora" de um barco "prestes a afundar". "Não tem volta, temos de interpelá-lo no STF", reforçou, para em seguida chamá-lo de "palhaço". Cid pediu respeito e começou a discutir com Zveiter. Cunha cortou o microfone do ministro e disse que ele não podia rebater o parlamentar daquela forma. Com a saída de Cid no meio da sessão, Cunha encerrou a comissão geral avisando que entrará com ação judicial contra o ministro. "Essa Casa terá de reagir e não resta a menor dúvida disso", avisou o peemedebista.