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Cid Gomes abandona audiência após ser chamado de "palhaço" e Cunha promete processo judicial

Após o clima tensionar entre Cid e os deputados, o presidente da Casa, Eduardo Cunha, mandou o ministro encerrar sua falar e ordenou a retirada do plenário de quem não fosse deputado federal

15:24 | 18/03/2015
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O ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Cid Gomes, está, neste momento, em audiência na Câmara dos Deputados, onde cumpre convocação para explicar a acusação de que há “achacadores” no Legislativo.

> Acompanhe os esclarecimentos de Cid Gomes na Câmara dos Deputados

Tempo real

17h40min
Cid Gomes deixou o Plenário da Casa após ser chamado de "palhaço" pelo deputado do PSD.

O presidente da Câmara Eduardo Cunha disse que não havia condições de manter a audiência "diante da postura de Cid". "Não vamos perder nosso dia trabalho por alguém que não está merecendo", afirmou. Ele afirmou que acionará a Justiça contra Cid Gomes.

17h32min
"Achacar pode ser entendido como criar dificuldade para conseguir facilidade. Alguns querem criar mais dificuldade para conseguir mais ministérios. Isso é disputa de poder até certo ponto, normal numa democracia. Eu vim do nada e com nada eu vou. Saí da minha pequena cidade de Sobral e a ela voltarei com a cabeça erguida. Aceitei ser ministro da Dilma porque confio nela, porque tenho convicção de que ela é séria, bem intencionada e é vítima de diversos setores da sociedade brasileira, dentre os quais políticos, empresários. Me sinto livre de emitir opiniões. Como ministro, procurem uma declaração minha que não tenha sido limitada à Educação".

"Não fui eu que procurei que essa frase fosse divulgada. Nunca fiz proselistismo disso. Eu não sou o Ministério Público que é uma instituição à parte. É o Ministério Público que tem o dever de investigar, procurar pessoas que agem em desrespeito ao parlamento". 

17h26min
Cid Gomes responde deputados: "Eu já disse com todas as letras que tenho profundo respeito pela instituição parlamento, acho fundmental que a gente tenha harmonia. Numa sala reservada emiti uma opinião que não foi elaborada, que foi feita à quele momento e que diz, sem sofismas, sem discurso bonito, estou aqui com toda humildade em respeito a essa Casa, ao parlamento brasileiro. Não tenho problema nenhum com quem tenha se julgado agredido injustamente. Adivulgação foi feita por uma gravação sem minha autorização. Isso é uma prova nula. Vou repetir a frase de forma mais didática possível", disse Cid.

Ele voltou a citar a situação em que pronunciou a fala contra os deputados: "Meus amigos estudantes, aprovar orçamento não é uma questão que diga respeito só ao Executivo, a abse do Executivo nem sempre está comprometido com o que faz o Executivo".

17h08min
O deputado cearense Cabo Sabino (PR) reasgatou desanvenças políticas com Cid Gomes por causa de ações na Polícia Militar. "Quando a Polícia fez pressão no senhor, o senhor não foi esse leão que foi aqui, mas um gatinho encurralado pela categoria que maltratou durante sete anos", disse Sabino.

17h
O deputado Pompeo de Mattos, do PDT, criticou que os deputados levaram a crise política para dentro do parlamento. "Quero dizer ao ministro que nós do PDT nos sentimos desculpados porque o PDT não achaca ninguém, porque para nós não serve a carapuça e nós temos postura e dignidide", disse Mattos. 

16h55min
O líder do Psol, Chico Alencar, leu os diversos significados da palavra "achacar". "O parlamento tem uma tradição no Brasil de espírito de porco, temos que reconhecer que o histórico da política brasileira tem a trajetória do "toma lá dá cá". Ele citou a investigação da Lava Jato que atinge deputados da Câmara. "Isso é desastroso para a própria imagem do parlamento, porque temos de discutir a educação, a saúde". "Não me sinto à vontade em pedir que um ministro deixe um ministério porque isso não é nosso trabalho político", disse Chico Alencar. 

16h37min
O líder do PSC, André Moura, defendeu também que Cid deixou de ter legalidade para ocupar o ministério. Ele relembrou episódio de Cid, enquanto governador do Ceará, de ter fretado aeronave com dinheiro público para viajar com a família. Ele citou ainda a polêmica da obra do Acquario Ceará, do show da cantora Ivete Sangalo com cachê superfaturado para inaugurar Hospital Regional Norte, em Sobral, e da marquise do mesmo hospital que caiu após a inauguração. Ele chamou Cid de "mal-educado", "desqualificado" e "achacador do Estado do Ceará e da sua gente". Ele disse ainda que Cid tem "sorriso irônico e cínico".

16h32min
O líder do Pros, deputado cearense Domingos Neto, foi o primeiro a tentar defender o ex-governador Cid Gomes, seu correligionário. "Você está sendo vítima do que a oposição tenta colocar nesse momento: tentar colocar nas costas da Dilma o que foi aqui falado", disse Domingos. "Me guardo a pensar quais seriam os interesses envolvidos em mais uma vaga na Esplanada dos Ministérios".

"Essa Casa quis fazer o gesto de mais uma vez tentar provocar o Governo e se colocar em situação de xeque", disse o deputado. Ele ressaltou que Cid pediu desculpas sobre a fala e disse ter respeito pelo Parlamento. 

16h28min
O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo, pediu a saída de Cid Gomes do cargo de ministro da Educação. 

16h18min
O deputado Artur Maia (SD) discursou no Plenário. "Tenho 25 anos de mandato e esse é o momento mais constragedor que já vi. O Brasil inteiro está vendo um ministro de Estado vir ao parlamento para dizer que 400 dos parlamentares são criminosos, achacadores". Após questionar se o nome dele está entre os citados por Cid como achacador, ele afirmou que o ministro já havia respondido. "O senhor disse que os 300 ou 400 achacadores não estão na oposição, mas na base da presidente Dilma que nomeou o senhor ministro da República. Certamente nem a Dilma nem o Brasil precisaria dessa fala destemperada de vossa excelência"."300 ou 400 deputados é praticamente toda a base do governo".

16h07min
O deputado Mendonça Filho (DEM), autor do requerimento, disse que ou Cid renuncia, ou Dilma Rousseff o demite ou os deputados assumirão que são "achacadores". "Esse governo produz uma crise por dia para a gestão da presidente", disse Mendonça.

16h
Leonardo Picciani disse que Cid perdeu a legitimidade para ocupar cargo de ministro e que os deputados cobrarão do Governo uma resposta sobre a permissão aos seus ministros de desrespeitar o Legislativo.

> Fala de Cid irrita parlamentares e líder do PMDB pede que ministro deixe cargo

15h55min
O ministro esquece as regras de convivência democrática, desrespeitou o parlamento de forma pueril e leviana, disse o líder do PMDB, Eduardo Picciane, que pediu que Cid aponte o nome dos 300 achacadores.

15h50min
Eduardo Cunha encerrou a fala de Cid Gomes e mandou retirar do plenário todos os que não sejam deputados federais. O governador do Ceará, Camilo Santana, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque, e o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), estavam no local.

> Correligionários de Cid Gomes são retirados do plenário da Câmara

15h45min
Ao relatar problema de saúde e criticar comissão de deputados para averiguar sua saúde, Cid fez referência direta ao presidente da Casa, Eduardo Cunha. Apontando ao presidente, Cid Gomes falou: “Prefiro ser acusado por ele de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque, como diz a capa da Folha de S. Paulo”.

O ministro da Educação disse que os parlamentares da base do governo que não votam de acordo com a orientação do Planalto devem “largar o osso” e ir para a oposição. “Partidos de oposição têm o dever de fazer oposição. Partidos de situação têm o dever de ser situação ou então larguem o osso, saiam do governo”, afirmou.

> Cid Gomes: base que não vota com o Planalto devem largar o osso 

15h35min
“Me perdoem, eu não tenho nenhum problema em pedir perdão aqueles que não agem dessa forma, para aqueles que se comportam desse jeito. Não quis atingir ninguém individualmente, muito menos a instituição. O que penso e continuo pensando é que nós conquistamos uma democracia com muita luta e muito sofrimento para poder fazer uso livre da sua manifestação da sua opinião. Me perdoem se alguém traz para si essa carapuça se alguém se enxerga na posição”, disse Cid.  

15h30min
Após ter o microfone cortado e retomar a fala, Cid foi mais direto: “Tenho respeito pelo Legislativo, pelo parlamento, mas que não quer dizer que concorde com a postura de alguns, de muitos que seus partidos, mesmo participando do governo, tenham uma postura aqui de oportunismo”, falou. Nesse momento, alguns deputados gritaram pedindo “respeito à Casa”.

15h15min
“Quem falava naquele momento não era o ministro, era a pessoa física, que tem grande respeito pela instituição legislativa e compreende o papel fundamental do parlamento que foi onde eu comecei minha carreira política”, disse Cid. Ele ressaltou que a fala sobre os “achacadores” foi “despretensiosa”.

“A minha fala não foi feita em local público, não é motivo de proselitismo para mim, não pessoalmente muito menos como ministro de Estado que, sei, devo ter responsabilidades, obrigações, uma relação respeitosa e harmônica com os demais companheiros de ministério, com os demais poderes que compõem a República”, disse Cid.

Audiência

As primeiras palavras do ministro foram ressaltando sua trajetória política como parlamentar no Legislativo e como governador. No Plenário, além dos deputados federais cearenses, estão o governador Camilo Santana (PT), o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros), o presidente do Legislativo estadual, Zezinho Albuquerque (Pros) e o deputado estadual Tin Gomes (PHS).

Cid ressaltou que preferiria estar na Casa para tratar sobre temas ligados à Educação como o Programa Nacional de Educação ou o Fies. Mesmo assim, afirmou que não se furtaria a tratar do tema sobre o qual foi convocado.

Cid Gomes, apesar de afastado da função de ministro por motivos de saúde, terá de explicar, acusações que fez durante palestra em universidade do Pará em 27 de fevereiro. Cid disse: “tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”.

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