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Câmara aprova convocação de Cid Gomes após fala sobre "400 achacadores"

19:40 | 04/03/2015
O plenário da Câmara dos Deputados acaba de aprovar um requerimento de convocação do ministro da Educação, Cid Gomes (PROS-CE). Os deputados querem que o ministro esclareça sua declaração, dada na Universidade Federal do Paraná na sexta-feira passada, 27, sobre a existência de "300 a 400 achacadores" na Casa.

O requerimento, proposto pelo DEM, foi aprovado por 280 deputados, 102 contra e quatro abstenções. A oposição avisou que pedirá à Procuradoria da Câmara para que entre com interpelação judicial contra Cid.

Só PT, PCdoB, PDT e PROS (partido do ministro) orientaram voto contra a proposta e tentaram durante toda a sessão converter o requerimento de convocação em convite. A liderança do governo liberou a base aliada para votar livremente. "Não é necessário ser desta forma", apelou o líder do PROS, Domingos Neto (CE).

O líder governista José Guimarães (PT-CE) reconheceu a frase do ministro foi "infeliz", mas disse que não era necessário tensionar mais a relação entre governo e Parlamento. "Foi uma palavra que saiu e que não volta mais, como uma flecha", concordou o líder do PT, Sibá Machado (AC).

A oposição se aliou ao PMDB na alegação de que o ministro foi "mal educado e desrespeitoso" com a Câmara. "Temos que mostrar que esse Parlamento se respeita", defendeu o líder do PSC, André Moura

(SE).

No evento no Paraná, Cid criticou a eleição do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara e disse que os "300 ou 400 parlamentares" querem um governo mais frágil para achacá-lo. "Ele vai ter que vir aqui explicar quem são os achacadores do Congresso. Um governo que tem como lema 'Pátria Educadora' não pode ter um ministro da Educação mal educado", reagiu Cunha.

Em retaliação, o peemedebista retirou de pauta o projeto do MEC que cria Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes). O projeto visa criar uma entidade para avaliar e regular as faculdades no País. Cunha avisou que o tema só retornará à pauta se a presidente Dilma Rousseff solicitar a urgência formalmente. A votação era um pedido do ministro.

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