Dirceu rebate doleiro e nega ter recebido dinheiro de executivo da Toyo Setal
O ex-ministro também afirma que nunca representou o PT em negociações com Julio Camargo ou com qualquer outra construtora. "As declarações são mentirosas. O próprio conteúdo da delação premiada confirma que Youssef não apresenta qualquer prova nem sabe explicar qual seria a suposta participação de Dirceu". O ex-ministro também esclarece que, depois que deixou a chefia da Casa Civil, em 2005, "sempre viajou em aviões de carreira ou por empresas de táxi aéreo."
Alberto Youssef revelou em sua delação premiada que os ex-ministros José Dirceu e Antônio Palocci eram "as ligações" do lobista e operador de propina na Petrobras Julio Gerin Camargo com o PT. O doleiro - alvo central da Operação Lava Jato - apontou que o nome José Dirceu consta no registro de contabilidade de propina com a rubrica "Bob" - suposta referência ao apelido de um ex-assessor do ex-ministro da Casa Civil.
"Julio Camargo possuía ligações com o Partido dos Trabalhadores, notadamente com José Dirceu e Antonio Palocci", afirmou Youssef. Segundo o doleiro, o lobista tinha uma pessoa que era responsável pela contabilidade das propinas operadas por ele na Petrobras, em nome de empreiteiras do cartel.
O doleiro afirmou ainda não sabe sobre valores que teriam sido repassados a Dirceu, mas contou que o ex-ministro, depois de deixar o governo Luiz Inácio Lula da Silva, utilizou o jato Citation Excel que pertence ao lobista Julio Camargo.
"Não sabe dizer quantas vezes o avião foi utilizado por José Dirceu e nem a razão do uso. Mas pode afirmar que Julio Camargo e José Dirceu são amigos", registraram os investigadores da Lava Jato no termo de delação 11 do doleiro.
O advogado que defende Palocci foi procurado, mas ainda não se manifestou.