Graça estaria envolvida na construção de gasoduto suspeito, diz jornal
Documento assinado por Graça Foster em 2007, quando ainda era diretora de gás e energia, mostra que ela teria levado à diretoria executiva a proposta de aprovação de parcerias para a Transportadora Gasene. Lá, segundo texto do O Globo, constam duas informações que demonstram que a empresa era controlada pela Petrobras. Nas páginas 4 e 5, explicita-se que a companhia estatal agia "em nome e por conta da Transportadora Gasene". Nas últimas duas páginas é proposta a emissão de três cartas de atividade permitida à gestão da transportadora, forma adotada pela estatal para exercer o comando do negócio.
O documento chancelado pela atual presidente indica que a Petrobras comandava diretamente todas as principais ações da Sociedade de Propósito Específico (SPE), criada para gerir o negócio, e que a estatal teria feito as negociações com a Sinopec por meio de uma comissão integrada por gerentes. No item 16 do documento, afirma-se que a comissão negociou com a Sinopec "em nome e por conta da Transportadora Gasene, visando à contratação dos serviços de engenharia, gerenciamento, suprimento e construção para a implementação do gasoduto Cacimbas-Catu".
Cartas de atividade também instruíram o presidente da Gasene a assinar contratos com a Sinopec no valor de R$ 1,9 bilhão, tanto para gerenciar o projeto quanto para construir parte dos dutos, e a assinar contrato de repasse junto ao BNDES, no valor de US$ 750 milhões, montante oriundo da parceria com o banco chinês. Uma terceira carta se referia a "celebrar os documentos necessários" para o financiamento de longo prazo do BNDES.
O jornal acrescenta que no domingo a Petrobras negou "qualquer ligação societária" com a SPE.