Flávio Dino vai rever compras de R4 1 mi para residência oficial do MA
As concorrências públicas já tinham realizadas ao final dos mandatos de Roseana Sarney, que renunciou ao cargo no dia 10 de dezembro, e do deputado estadual Arnaldo Melo (PMDB), aliado da ex-governadora que a sucedeu para um mandato-tampão até o final de 2014. Contudo, a homologação das licitações não tinha ocorrido e Dino determinou à sua equipe que passe um pente-fino nesses e em outros contratos das gestões anteriores.
Na revisão das duas licitações, a Casa Civil do governo do Maranhão vai avaliar se há excessos nos gêneros alimentares previstos nas compras. Preliminarmente, a avaliação é que será necessário fazer um redimensionamento dos contratos, mas ainda não está descartado até mesmo o cancelamento deles, caso fique constatado que os gastos ultrapassam as reais necessidades de consumo.
Somente em hortifrutigranjeiros para a residência do governador, estava previsto gastar R$ 74,2 mil. São 200 quilos de uva verde e outros 100 quilos de uva roxa, ambas sem semente. Constam também 800 quilos de sorvete, sendo 100 quilos de cada um dos sabores: bacuri, açaí, cajá, creme, chocolate, cupuaçu, tapioca e coco. A compra para abastecer as casas do governador, do vice e veraneio previa a compra de 5.729 litros de refrigerante.
A título de comparação, o valor da cesta básica no Estado em novembro do ano passado, o último dado disponível, foi de R$ 241,51, segundo levantamento do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc), órgão da Secretaria de Planejamento e Orçamento do governo local. O orçamento para o supermercado do governo daria comprar mais de 4,3 mil cestas básicas no Maranhão. O Estado tem o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, com 0,39, atrás apenas de Alagoas.
Nesta sexta-feira, 9, o governo Flávio Dino apresentará números que demonstram que as gestões anteriores deixaram R$ bilhão em dívidas e apenas R$ 24 milhões no caixa do Executivo estadual. A gestão Dino deve lançar um plano de contingência para reverter o déficit em caixa e realizará uma série de auditorias em áreas como a de saúde para avaliar o uso dos recursos públicos no Estado.
Em janeiro de 2014, quando ainda era governadora, Roseana Sarney adiou três licitações para compra de gêneros alimentícios. A primeira era para contratar uma empresa de organização eventos e serviços de buffet para atos públicos em todo o Estado ao longo do ano. Com custo estimado em quase R$ 1,4 milhão, o pregão pretendia pagar R$ 103,61 por convidado em almoços e jantares e exige, em um dos cardápios, servir canapé de caviar.
Na mesma época, outras duas licitações, que também iria abastecer as residências oficiais do governo, foram adiadas. Elas previam gastos de R$ 1,1 milhão e pretendiam comprar 2,4 toneladas de camarão, 80 quilos de lagosta fresca, 750 quilos de patinha de caranguejo, 50 potes de foie gras e 300 unidades de panetone. Os adiamentos ocorreram após o Broadcast Político e outros órgãos de imprensa terem revelado os gastos nababescos com alimentação da gestão Roseana.