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Articulador da chapa 'Aezão' retoma presidência da Alerj

18:40 | 06/01/2015
Depois de comandar nas eleições de 2014 a articulação de peemedebistas conhecida como Aezão, de apoio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência, o presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, expandirá em 2015 seu poder na política fluminense. Ele retomará a presidência da Assembleia Legislativa, após inviabilizar a reeleição para o posto do atual presidente e ex-aliado Paulo Melo (PMDB). Também conseguiu a nomeação de um dos filhos, Rafael Picciani, como secretário de Transportes da capital. Trabalha para ver candidato a prefeito do Rio em 2016 outro herdeiro, Leonardo, que foi reeleito deputado federal. Isso contraria o prefeito Eduardo Paes (PMDB), que prefere a candidatura do deputado federal Pedro Paulo (PMDB).

Em sua trajetória de volta à Presidência da Alerj, o presidente do PMDB local desidratou, nos bastidores, a votação de Melo. Em um colégio eleitoral de 65 prováveis votantes (o PSOL, que terá cinco deputados estaduais, não foi considerado pelos dois lados), conseguiu com o PR de Anthony Garotinho e com o PRB do senador Marcelo Crivella os votos que precisava. Desequilibrou a disputa e inviabilizou a candidatura do atual presidente da Casa. Sem alternativa, Melo desistiu. Foi convidado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para ser secretário de Governo a partir de fevereiro. Pretende, porém, disputar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), em maio. Seu adversário deverá ser o colega de partido e bancada na Alerj Domingos Brazão.

"Eu precisava de três votos, e o PR, com o PRB , fecharam com o Picciani e selaram... Não tinha como. É da política", disse Melo.

A nomeação de Rafael Picciani para a Secretaria de Transportes do Rio aos 28 anos é indício da força do pai. É parte da estratégia de Paes para apaziguar o presidente do partido no Rio. Com a nomeação, Picciani pai passa a ter alguém de confiança no comando do órgão que trata de um setor crítico na cidade. Com um vistoso pacote de obras a serem entregues, em sua maioria, até a Olimpíada de 2016, o prefeito ainda é considerado um eleitor potencialmente forte. O presidente do partido, contudo, controla a sua máquina e pode criar problemas para a candidatura de Pedro Paulo, daí o cuidado com que a questão é tratada.

Nascido no subúrbio carioca, Jorge Picciani completará 60 anos em março. Formou-se em contabilidade e estatística, é filho de uma família modesta e foi funcionário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com passagem pelo PDT, elegeu-se deputado estadual pela primeira vez em 1990 e foi para o PMDB em 1995. Sua volta à Presidência da Alerj mantém a Casa sob comando do mesmo grupo há 20 anos. A trajetória foi iniciada em 1995 por Sérgio Cabral Filho (PMDB). Picciani, primeiro-secretário por seis anos, foi presidente de 2003 a 2010,quando tentou, sem sucesso, ser senador. Em 2011, Melo assumiu o posto. Pecuarista, Picciani preside o Grupo Monte Verde, especializado em reprodução assistida de gado Nelore e GIR leiteiro.

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