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Apagão e crise hídrica revelam falta de lideranças políticas, diz professor

19:40 | 19/01/2015
O apagão ocorrido nesta segunda-feira, 19, em alguns Estados do País acende mais uma luz amarela para a gestão da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um ano de crise na economia.

Na avaliação do cientista político Carlos Melo, professor do Insper, numa comparação com o cenário ocorrido na gestão do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, que precisou criar até uma Câmara de Gestão da Crise de Energia, em maio de 2001, o problema hoje é muito maior.

"Ao contrário do que ocorreu no governo FHC, onde a economia estava em crescimento e ele estava vivendo um clima positivo, hoje a situação é de crise e o momento muito pior", destaca Melo, complementando que o País não está crescendo, mas já está vivendo essa crise no abastecimento de energia.

As críticas do cientista político não se restringem apenas à gestão da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), reeleita em outubro do ano passado, mas também a outros gestores, como o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), em razão da crise hídrica no Estado.

"Essas são questões que não pegam a gente de surpresa, em 2012 já se sabia da crise da água e da crise de energia, em 2013 com as milhares de pessoas que foram protestar nas ruas, num movimento deflagrado pelo Passe Livre, os gestores evitaram o polêmico, mas necessário racionamento de água e de energia. Veio 2014, ano de Copa do Mundo e de eleições, e essas questões foram deixadas de lado por questões políticas. E, agora em 2015, estamos enfrentando todos esses problemas, que poderiam ter sido evitados se houvesse gestão e gerenciamento."

Carlos Melo diz que "infelizmente o Brasil vive um cenário de falta de lideranças", que resulta num quadro de falta de alternativas de saída para todas essas crises.

"Vivemos uma entressafra ruim de lideranças políticas e não vejo nenhum deles enfrentando o problema para resolver de fato as crises hídrica e de energia. É preciso gerenciamento e planejamento, pois nosso País está caminhando mais pela força e teimosia das pessoas do que pela administração dos gestores públicos."

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