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Amigas que estiveram presas com Dilma foram convidadas para a posse

20:00 | 01/01/2015
A presidente Dilma Rousseff encontrou-se nesta quinta-feira com um grupo de 30 amigas que ficaram presas com ela nos anos 70, no Presídio Tiradentes, em São Paulo. As mulheres estavam acompanhadas da cineasta Susanna Lira, diretora do filme 'A Torre das Donzelas'. O nome do filme, que entrará em cartaz no segundo semestre, é uma referência à torre onde Dilma e suas companheiras ficaram reclusas, no Tiradentes.

As amigas de Dilma foram convidadas para a cerimônia de posse, no Palácio do Planalto, e para a festa no Itamaraty. Nas duas ocasiões, Susanna filmou mais algumas cenas para o filme. "Agora só falta o depoimento da presidente", disse ela.

Para as mulheres que foram presas políticas com Dilma, a maior alegria do primeiro mandato foi a conclusão da Comissão Nacional da Verdade, que escancarou as mazelas da ditadura militar.

"É impossível não se emocionar", afirmou a pedagoga Maria Luiza Garcia Belloque, que ficou com Dilma no Tiradentes por mais de um ano. Maria Luiza era da Aliança Libertadora Nacional (ALN) e Dilma, da organização de extrema-esquerda VAL-Palmares. As duas chegaram algemadas ao Tiradentes, após se encontrarem na Operação Bandeirantes (OBAN) e no Departamento de Ordem Política e Social (Dops).

"A marca da Dilma é a consistência. Ela é muito exigente com ela mesma e com os outros. Por isso é difícil acompanhá-la", disse Maria Luiza. Nós discutíamos muito, mas sempre chegávamos a um consenso."

Cida Costa, que ficou na cela com Dilma e era sua companheira na cozinha, contou que as duas eram o "horror culinário" do presídio. Questionada sobre as habilidades de Dilma na cozinha, que alega fazer ótimas receitas, Cida caiu na gargalhada. "Só se ela aprendeu agora. As meninas detestavam quando íamos para a cozinha. Uma vez fizemos uma sopa de quiabo que ficou famosa, de tão ruim que era."

No Planalto, as antigas presas políticas ficaram sentadas no Salão Nobre em cadeiras verdes, onde se destacava a placa "Amigas da Presidente".

"Espero que ela concretize tudo o que a população solicitou, especialmente a reforma política", comentou Eva Teresa Skazufka. "Há muito trabalho a ser feito com a juventude. Hoje não temos a situação política daquela época, mas temos jovens perseguidos. A sociedade precisa contribuir com o governo, e não ficar esperando tudo à mão", emendou a educadora e jornalista Elza Ferreira Lobo, que ficou dois anos com Dilma no Tiradentes.

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