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Bancada do PT reage a Cunha e forma comissão

18:50 | Nov. 06, 2014
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A bancada do PT na Câmara desencadeou nesta quinta-feira uma contraofensiva para tentar enfraquecer a candidatura do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), à presidência da Casa e formou uma comissão para negociar com os partidos da base o lançamento de um nome petista para a disputa.

A estratégia é iniciar as conversas com as siglas aliadas ao governo e também tentar recuperar apoios de partidos que estão se aproximando do peemedebista. Para tanto, o PT escalou dois ex-presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (SP) e Marco Maia (RS), e dois membros da sua executiva nacional, José Guimarães (CE) e Geraldo Magela (DF), para iniciar formalmente as tratativas com as demais siglas. Destes, Chinaglia e Marco Maia são os mais cotados para entrar na eleição pelo PT, que elegeu em outubro 70 deputados, a maior bancada na Câmara.

O líder petista na Casa, deputado Vicentinho (SP), também fará parte da comissão. Sem citar nomes, o petista investiu contra Cunha e sugeriu que ele atua no Legislativo como oposição. "Jamais vamos concordar com qualquer candidato que signifique uma candidatura da oposição", afirmou. "E oposição na eleição, o que é muito mais grave". Cunha é apontado por petistas como um dos líderes do movimento Aezão, que pregou no Rio de Janeiro o voto casado no governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e no candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves.

Ao constituir a comissão, O PT tenta responder as movimentações de Cunha, que é um desafeto do Palácio do Planalto desde que comandou o chamado "blocão", rebelião da base que impôs duras derrotas ao governo no início deste ano. No final de outubro, o líder do PMDB foi lançado candidato por seus correligionários e, nesta semana, costurou o apoio do PTB, PR, PSC e do oposicionista Solidariedade - legendas que integraram o "blocão".

Reação

Os petistas, por sua vez, se reuniram nesta tarde para traçar uma reação a Cunha. A portas fechadas, os deputados argumentaram que o PMDB não pode apenas ocupar espaços na administração pública, mas precisa também atuar como governo na Câmara. "É um sentimento de qualquer cidadão brasileiro. Se tem um partido da base, como é que algumas pessoas agem como oposição?", disparou Vicentinho.

No encontro da bancada petistas, os deputados defenderam a ideia lançada pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), de construir uma "frente de esquerda" que, aliada ao PT, consiga se contrapor ao PMDB. Cid, que esteve com Dilma no início desta semana, costura a formação de um bloco do PROS com PDT e PCdoB para diminuir a dependência em relação aos peemedebistas. Em outra frente, os petistas devem tentar também angariar apoios entre os novos deputados, uma vez que mais de 220 eleitos não detêm mandato na Câmara nesta legislatura.

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