Dilma: debate será marcado por contraposição de legados
No domingo, o tucano Aécio Neves garantiu um lugar no segundo turno ao receber 33,55% dos votos válidos, desbancando a candidata do PSB, Marina Silva. Com mais uma reviravolta na campanha, o PT vai retomar a partir de agora a polarização com o PSDB e trabalhar para associar o adversário a alto desemprego e arrocho salarial.
Sobre as promessas eleitorais, Dilma destacou políticas para saúde e de segurança pública, duas das mais mal avaliadas pelo eleitor. "São áreas que a população brasileira quer melhorar", disse. Ela citou que já propôs a criação do programa "Mais Especialidades", uma rede de clínicas de atendimento formada pelos setores público, privado e filantrópico. Na segurança pública, Dilma disse que pretende replicar nacionalmente o modelo adotado na Copa do Mundo, de integração das forças de segurança pública.
Ricos vs. Pobres
A presidente criticou a interpretação de que existe no País uma divisão entre eleitores mais ricos, que votariam no PSDB, e a população mais pobre, que seria apoiadora do PT. "Está havendo uma oposição entre os ricos e os pobres", disse. "Essa é uma oposição parcialmente verdadeira. De fato os nossos governos tiveram uma preocupação fantástica que pode ser sintetizada na seguinte frase: incluir os pobres no Orçamento", defendeu.
A petista voltou a dizer que os governos do PT retiraram 36 milhões de pessoas da pobreza e levaram 42 milhões para a classe média.
De acordo com ela, não foram apenas os mais pobres que se beneficiaram das políticas adotadas pelos 12 anos de governo petista e houve medidas voltadas para outros segmentos. "Nós fizemos uma política no Brasil em que todos ganharam. Nós estreitemos a parte de baixo da pirâmide, aumentamos a parte do meio da pirâmide, a classe média no Brasil foi a que mais cresceu, e também aumentamos um pouco da classe A e B", pontuou Dilma.
Municiada de dados, ela destacou que, pouco depois de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir o Palácio do Planalto, as classes A e B assaram de 14,1 milhões de pessoas para 29 milhões, enquanto que os segmentos D e E caíram de 97,8 milhões de brasileiros para 542 milhões. "Três de cada quatro brasileiros são das classes A, B e C", declarou. "É isso que transformou o Brasil de forma pacífica e silenciosa". Ela disse, no entanto, que o governo precisa ter os mais pobres como uma prioridade. "É fundamental que o Brasil olhe mais para os mais pobres. O governo que não olha para os mais pobres não faz direito".
Para a presidente, a mudança no perfil da renda da população aumentou a exigência por melhores serviços públicos. Ela citou como exemplo investimentos em mobilidade urbana, como o metrô. "(Antes) o governo era para um terço da população, se chegasse a dois terços era muito. O Brasil do passado não fazia o metrô, porque era coisa para rico", disse. "Tem de ter metrô para dar mais qualidade do povo, para dar qualidade de vida para a população", afirmou.
Mirando a classe média, ela também argumentou que a população tem demanda por mais educação e citou programas de qualificação como o Pronatec - de formação técnica - e o Ciências sem Fronteiras - que dá bolsas para cursos o exterior. "Não é possível não ter ensino técnico de qualidade", disse. "Não é possível que os estudantes deste País não tenham acesso ao que há melhor em educação no mundo".
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