Marina não tinha vocação, diz ex-diretora de convento
Irmã Cláudia é uma das mais antigas freiras na Escola e Convento Imaculada Conceição, um colégio de classe média em um bairro de classe média baixa situado em Rio Branco, na capital do Acre. Foi ali que Marina fez o ginásio - atualmente os últimos quatro anos do ensino fundamental -, morou por dois anos quando ainda pretendia ser freira e deu aulas de História em 1983.
"Eu não quero testá-la, mas eu era criança quando um homem perguntou para o meu pai, católico, se ele não queria virar protestante", conta. "Ele respondeu: 'Estou bem onde estou'. Nunca mais o homem o abordou com esse assunto." Mas, em seguida, acrescenta a freira: "Claro que todo mundo tem o direito de procurar outra religião se não estiver bem onde está".
Irmã Cláudia era a diretora da Escola e Convento Imaculada Conceição quando Marina atuava ali como professora. "Era muito séria, tinha ótimo controle do assunto e da turma. Quando se tem controle da turma, os alunos conseguem se desenvolver", diz, em tom professoral.
Rigidez
São essas também as lembranças de Jorgete Migueiss, à época na 8.ª série - atualmente, o 9.º ano do ensino fundamental: "Me lembro de ela fazer uma explanação longa sobre o feudalismo. Eu me recordo dela falando muito. E era bastante rígida".
E será que Marina, se eleita, será tão rígida com seus ministros quanto era com os alunos? "Atualmente não sei, mas tem de ser, né?", diz.
Marina deixou o trabalho na escola ao assumir um cargo no sindicato dos professores. Mas seu ativismo nunca ultrapassou a porta da sala de aula, garantem Jorgete e irmã Cláudia.
Quase freira
Irmã Cláudia conta que a candidata logo se deu conta de que não tinha vocação para a vida eclesiástica. "Eu a tenho como uma pessoa muito responsável. Logo que percebeu que aquilo não era para ela, saiu." Indagada sobre o que faltava a Marina, a freira responde: "É uma vida muito difícil. É preciso acordar às 5h30 todos os dias, fazer as orações na hora certa e estar aberta para ajudar a população."
Rotina
Mas essa rotina também não é similar à de um presidente da República?, questiona o repórter. "É mesmo", admite a ex-colega de convento da candidata ao Palácio do Planalto. "Mas a Marina logo percebeu que não era para a vida religiosa", afirma a freira.
Ao se despedir da reportagem, irmã Cláudia diz com certa reverência: "Espero que Deus a abençoe no governo, mesmo ela tendo mudado de religião." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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