Calabi demite fiscal que comprou 41 imóveis em três anos
A decisão de Calabi foi tomada com base em parecer da Consultoria JurÃdica da Pasta e manifestações da Corregedoria da Fiscalização Tributária e da Coordenadoria da Administração Tributária.
Fiori Henriques ficou milionário no cargo público e como magistrado de impostos da Fazenda. Em menos de três anos, entre 2010 e 2013, ele adquiriu 41 imóveis de alto padrão, embora seu contracheque mensal no Fisco estadual não fosse além de R$ 13,02 mil.
Segundo o Ministério Público, ele registrava os bens em cartório por valores subestimados e os revendia quase imediatamente a preço de mercado, operação tÃpica de lavagem.
A Promotoria suspeita que Fiori Henriques cobrava propina para anular multas milionárias aplicadas a empresas.
Apenas no perÃodo de 4 de março de 2010 a 5 de outubro de 2012, Fiori Henriques comprou em nome próprio ou de sua empresa, a JSK Serviços, Investimentos e Participações Ltda, 19 apartamentos residenciais e salas comerciais em endereços valorizados da Capital, patrimônio que registrou por R$ 15,28 milhões. O valor real empregado é calculado em R$ 30,75 milhões.
Em 2013 a Justiça decretou o bloqueio de bens de Elcio Fiori Henriques, alvo de ação por improbidade administrativa.
Em sua decisão, publicada no Diário Oficial, edição de 2 de julho, o secretário da Fazenda anota que aplicou a pena de demissão ao agente fiscal de Rendas por infração ao artigo 257, inciso XIII, da Lei Estadual 10.261/68 (Estatuto do Funcionalismo) e por conduta descrita no artigo 9.º, inciso VII, da Lei 8429/92 (Lei da Improbidade).
O artigo 257 prevê que será aplicada a pena de demissão a bem do serviço público ao funcionário que praticar ato definido em lei como de improbidade. O artigo 9.º da Lei 8429/92 diz que constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilÃcito "auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercÃcio de cargo".
O advogado Ricardo Sayeg, que defende Elcio Fiori Henriques, foi categórico. "A demissão do dr. Elcio violou o direito de defesa e o devido processo legal."
Para Sayeg, a demissão "nesse perÃodo eleitoral tem nÃtido caráter polÃtico".
"� sabido que, de uma hora para outra, o governo de São Paulo, após as pesquisas de popularidade, ficou �linha dura�", disse Ricardo Sayeg.
Quando a investigação sobre seu patrimônio foi desencadeada, Fiori Henriques afirmou. "Todos os valores empregados nas compras de imóveis por mim e pelas empresas possuem origem lÃcita, oriundos dos investimentos bem-sucedidos realizados com o capital próprio e de terceiros investidores."
Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente