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Para Campos, País perdeu oportunidade com crise de 2009

11:00 | Mai. 27, 2014
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Tipo Notícia
Em palestra para o setor farmacêutico na manhã desta terça-feira, 27, o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, disse que o Brasil perdeu uma oportunidade ao passar pela crise de 2009. Citando mudanças de governo na Europa e na China, a mudança da matriz energética nos Estados Unidos e a movimentação de países na América Latina por novos acordos bilaterais, o pré-candidato criticou a postura do governo brasileiro. "Todos foram de certa forma buscar seus caminhos, fazer da crise uma oportunidade", disse.

Campos criticou ainda o uso de "medicamentos keynesianos" na economia e afirmou que o governo atual, da presidente Dilma Rousseff, "blinda o Brasil oficial do Brasil real", referindo-se a uma negação dos problemas atuais do País. O ex-governador de Pernambuco voltou a dizer que Dilma perdeu uma segunda oportunidade ao não responder adequadamente às manifestações populares de junho do ano passado e defendeu novamente a mudança de rumo, já que a presidente não conseguiu preservar as conquistas de estabilidade econômica nem avançou nos ganhos sociais para a população, como esperado.

O presidenciável também reforçou suas propostas de dar maior autonomia ao Banco Central, voltar ao tripé macroeconômico e ter um conselho de responsabilidade fiscal. Segundo Campos, as medidas somadas a programas sociais e educação de qualidade serão a chave para voltar ao crescimento e melhorar o nível de desenvolvimento do País.

Desafio

O presidenciável do PSB, disse que o País tem o desafio de desenvolver a indústria farmacêutica. Campos disse que, como defende a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), hoje o Brasil produz trabalhos acadêmicos, ou seja, "tem dinheiro em pesquisa, mas o Brasil não conseguiu ainda transformar pesquisa em dinheiro".

O pré-candidato apontou que 80% dos insumos usados para fabricação de medicamentos genéricos no País são importados. E afirmou que o Brasil precisa ter um ambiente melhor de negócios, sem "preconceito" contra o capital privado, para que o setor se desenvolva. "Precisamos melhorar a regulação, a tributação e a logística."

Campos voltou a dizer que o Brasil já teve várias idas e vindas com tentativas de fazer uma reforma tributária e que ela não sai do papel pois tem sempre um viés imediatista. "Não é que não tenhamos propostas de reforma tributária, mas todas querem para aplicar em janeiro do ano que vem", disse. O presidenciável voltou a defender uma proposta de simplificação tributária que seja fatiada e que possa ser implementada gradualmente.

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