Parlamentares se espantam com morte de coronel
O coronel reformado foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira no sítio em que morava em Nova Iguaçu (Baixada Fluminense). Seu corpo apresentava marcas de asfixia, segundo a Polícia Civil.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado Assis do Couto (PT-PR) lamentou o ocorrido e argumentou que Malhães tinha importantes informações sobre o período militar no País. "Recebi (a notícia) um pouco chocado e com espanto, porque a gente estava tratando desse assunto (na comissão)", relatou o deputado. Ele evitou comentar, no entanto, sobre possíveis motivações políticas do crime. "É a perda de alguém que estava, nesse ponto de vista, contribuindo para informações necessárias neste momento da história", disse o deputado. Ele também pontuou que as circunstâncias da morte de Malhães podem prejudicar o trabalho da Comissão Nacional da Verdade e de outros órgãos que apuram fatos ocorridos no regime militar, uma vez que testemunhas podem ter medo de prestar novos depoimentos.
A Comissão de Direitos Humanos aprovou nesta semana um requerimento para realizar uma audiência pública para debater a chamada Chacina do Parque, ocorrida em 1974 no Parque Nacional de Iguaçu, quando seis pessoas foram mortas. Malhães - um dos convidados a comparecer na audiência - havia dito em depoimento à Comissão Nacional da Verdade ter participado da chacina.
De acordo com o relato da viúva do coronel Cristina Batista Malhães, três homens invadiram o sítio de Malhães na noite de quinta-feira procurando armas. Cristina disse que ela e o caseiro foram amarrados e trancados em um cômodo, das 13h às 22h de quinta pelos invasores.
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