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Vital diz que não aceitou pasta para não dividir PMDB

13:45 | Mar. 11, 2014
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O senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) afirmou nesta terça-feira, 11, que não aceitou o convite do governo Dilma Rousseff para ocupar o Ministério do Turismo. Atualmente a pasta é da cota do PMDB da Câmara dos Deputados, comandada por Gastão Vieira, que deixará o posto em breve para concorrer à reeleição para a Câmara dos Deputados. "Não quero ser motivo de divisão para o partido", disse.

Vital do Rêgo disse que se sentiria "desconfortável" em comandar o Ministério porque poderia invadir um espaço reservado ao partido na Câmara. O PMDB tem atualmente cinco ministérios, sendo que dois deles, Turismo e Agricultura, são da cota dos deputados.

O senador afirmou ter recebido convite para ocupar o Turismo no dia 27 de fevereiro, mas, após conversar com a cúpula do partido nas duas Casas, declinou o posto. Desde outubro passado, quando o PSB deixou a base aliada e o Ministério da Integração Nacional, o PMDB fez um movimento político para ocupar essa pasta. Ex-deputado, Vital teve o nome ungido pelas bancadas da Câmara e do Senado, mas Dilma vetou sua indicação.

A presidente queria emplacar na Integração Nacional o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), o que daria um palanque único para Dilma no Ceará ao apoiar apenas o nome da família Gomes, do PROS, à sucessão estadual. Mas Eunício não aceita qualquer cargo na Esplanada, uma vez que é o pré-candidato ao governo do Ceará mais bem cotado nas pesquisas de intenção de voto.

Vital do Rêgo defendeu a atuação do líder do PMDB da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que tem criticado o desprestígio do partido com o governo e chegou a defender na semana passada o rompimento com a aliança nacional com Dilma. "Ele (Eduardo Cunha) apenas expressa o desejo da bancada", disse. "O líder é aquele pássaro que abre o céu".

Para o senador, o PMDB - apesar das diferenças de relação do governo entre as bancadas da Câmara e do Senado - é "um só", "monolítico". Embora considere que o partido seja o principal fiador do governo Dilma no Senado, ele disse estar desejoso de ajudar o "processo" na Câmara.

Espera

O senador negou ter ficado magoado com o fato de ter ficado seis meses à espera do convite do governo. "Não fica para mim nenhum sentimento que não seja de engrandecimento", disse. Mas reconheceu ter ficado exposto no período. "Seria falso dizer que não tenho esse sentimento, mas a solução para a exposição de seis meses fui eu que dei", afirmou. "Eu venci uma maratona".

A respeito de indicações para outros postos no governo, como a própria Integração Nacional, Vital do Rêgo fez questão de ressaltar que delegou este papel aos líderes do partido. E que não tem participado das negociações do partido.

Mesmo rejeitando assumir um cargo na Esplanada, o senador peemedebista disse que se sentia honrado por ter conseguido o apoio das duas bancadas. Mas disse que, no momento, é mais útil para o governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a mais importante da Casa e da qual é presidente. Ele citou como propostas a serem discutidas na comissão a revisão do Código Penal e da Lei de Licitações.

Palanques regionais

Para o peemedebista, a prioridade do partido no momento é resolver a formação dos palanques regionais com o PT. Ele elogiou o fato de os petistas terem sinalizado que poderiam apoiar candidatos do PMDB em seis estados, entre eles a Paraíba. Lá, o partido deve lançar o irmão de Vital, o ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo.

"Nós queremos votar na Dilma e lá já tem dois palanques", disse Vital, referindo-se ao do PSDB, com o senador Cássio Cunha Lima, e do PSB, com o atual governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho.

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