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Cardozo defende ministro investigado por irregularidades

20:30 | Mar. 05, 2014
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT-SP), saiu hoje em defesa do ministro do Trabalho, Manoel Dias (PDT-SC), após a Polícia Federal pedir a abertura de inquérito sobre ele no Supremo Tribunal Federal. Questionado sobre a situação do colega de Esplanada por causa das suspeitas de irregularidades, Cardozo afirmou que uma eventual investigação não o torna culpado.

"A Polícia Federal cumpre seu papel nos termos da lei. A Constituição é muito clara quando diz que ninguém é culpado sem prévia sentença judicial. O fato de haver uma investigação não atinge em momento algum a situação de qualquer cidadão brasileiro", disse Cardozo.

A Polícia Federal, que é subordinada ao Ministério da Justiça, pediu no dia 25 de fevereiro a abertura de inquérito no STF por ver indícios da participação de Dias em suposto esquema para empregar militantes do PDT como funcionários "fantasmas" de uma entidade que recebia recursos da pasta. O pedido foi feito em relatório enviado à Justiça Federal em Santa Catarina. Por terem foro privilegiado, ministros só podem ser investigados com autorização do STF.

As apurações da Polícia Federal partiram de uma entrevista de um ex-dirigente do PDT ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada em setembro do ano passado. Ex-presidente da Juventude do partido em Santa Catarina, John Sievers Dias contou que, em 2008, a mando de Dias, recebia pagamentos mensais da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim (ADRVale), comandada por pedetistas. Na prática, porém, Sievers prestava serviços à Universidade Leonel Brizola, braço da legenda para a formação política da militância.

Desde o ano passado, a administração de Dias no Ministério do Trabalho é alvo de suspeitas de irregularidades. Mas o Planalto o mantém no cargo visando a uma eventual aliança com o PDT para apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff este ano. O partido tomará uma decisão nos próximos meses.

Nos primeiros 14 meses de seu governo, a presidente Dilma Rousseff afastou sete ministros por suspeita de irregularidades, sem haver sentença judicial contra eles. Entre os que perderam o cargo nessas condições está o padrinho político de Dias, Carlos Lupi (PDT-RJ).

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