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Militantes fazem beijo gay na Câmara contra Bolsonaro

17:20 | Fev. 11, 2014
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Cinco militantes da União da Juventude Socialista (UJS), entidade ligada ao PCdoB, realizaram nesta terça-feira, 11, um beijo gay na Câmara em protesto contra às pretensões do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) de assumir neste ano a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Casa. Sob lema de "mais amor, menos Bolsonaro", elas se beijaram no corredor da Presidência da Câmara e houve bate-boca com o próprio deputado, que apareceu no local.

 A estudante de História Maria das Neves, 26 anos, classificou Bolsonaro de racista, homofóbico e de "inimigo dos direitos humanos". Ela disse ainda que sua eleição para o colegiado representaria um retrocesso para as minorias. "Completamos em 2014 50 anos da ditadura militar e ele (Bolsonaro) é um representante da ditadura militar", criticou Maria. "É desse período que queremos nos livrar". Ela disse que se reuniu nesta terça com o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), que lhe teria garantido que os petistas vão pedir a presidência do colegiado neste ano. "Há compromisso do PT de pleitear a Comissão e a grande maioria da bancada pede a liderança dos Direitos Humanos", disse.

 Pouco depois do ato, o próprio deputado Bolsonaro foi ao local e discutiu com as ativistas. Ele falou com jornalistas pouco antes e disse que, caso seja escolhido para a comissão, não atuará em favor de minorias. "Maioria é uma coisa e minoria é outra. Minoria tem que se calar, se curvar à maioria", disse o deputado. "Eu quero respeitar a maioria, não a minoria". Ele prometeu pautar uma eventual gestão pela defesa da "redução da maioridade penal" e por uma "política de planejamento familiar". "Quero dizer à sociedade que eles foram enganados pelo estatuto do desarmamento e dar uma resposta ao MST, que invade propriedade de quem trabalha", concluiu o deputado.

 A Comissão de Direitos Humanos foi alvo de polêmica no ano passado, quando foi presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), acusado de racista e homofóbico. Durante a sua gestão, o colegiado aprovou diversas matérias que afetaram direitos de homossexuais, o que gerou revolta em entidades de defesa dos direitos humanos. Na troca de cadeiras das comissões prevista para o início deste ano, a presidência da Comissão foi pleiteada por Jair Bolsonaro, que chegou a dizer que, se eleito, os críticos de Feliciano iriam "sentir saudades" do deputado do PSC.

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