Temer confirma reunião de Dilma com líderes da Câmara
A presidente Dilma Rousseff quer evitar a derrubada do veto ao fim dos 10% adicionais da multa do FGTS em casos de demissão sem justa causa, alegando que o fim da cobrança extra de FGTS geraria perda anual superior a R$ 3 bilhões e prejudicaria investimentos em programas sociais importantes para o governo e de infraestrutura, particularmente o Minha Casa Minha Vida. A presidente Dilma prometeu maior aproximação com as lideranças partidárias e espera, com isso, evitar derrubada de vetos e aprovação de projetos que causem aumento de despesas. Os parlamentares já estavam se queixando que apenas nas vésperas das votações de projetos de interesse do Planalto a presidente tem se disposto a receber os parlamentares.
Na manhã desta quinta-feira, 5, no Planalto, o presidente em exercício recebeu os líderes do governo e dos dois principais partidos da base na Câmara, PT e PMDB, para uma reunião. Além de discutir a necessidade de manutenção do veto do projeto que acaba com os 10% adicionais da multa sobre o FGTS cobrado dos empresários que demitirem sem justa causa, Temer e os parlamentares discutiram a destinação de 10% do PIB para a saúde.
"A tendência, pelo menos estamos trabalhando para isso, é verificar a possibilidade de manutenção ao veto (do FGTS), mas, concomitantemente, encontrar uma fórmula que permita a manutenção do veto", disse Temer, ao explicar que uma solução poderia ser a elaboração de um projeto de lei alternativo, sem especificá-lo.
O governo havia proposto que a multa fosse reduzida ano a ano até que se extinguisse, mas encontrou reação no Congresso. "Essa é a ideia, que haja um projeto de lei ou uma fórmula qualquer que permita a manutenção do veto, mas, ao mesmo tempo, uma solução para os 10% para o FGTS", justificou Temer. Segundo Temer, esta foi uma espécie de "reunião preparatória para a reunião que a presidente Dilma terá com os líderes na segunda-feira".
Além dos líderes, estavam presentes os ministros da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, do Planejamento, Miriam Belchior, e da Saúde, Alexandre Padilha, além do ministro interino da Secretaria de Relações Institucionais, Paulo Argenta. Pelo Congresso, estavam presentes os líderes do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), do PT na Câmara, José Guimarães (CE), do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), e do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ).