Simon critica decisão de Janot sobre voos executivos
"Cá entre nós, a primeira medida do procurador-geral não precisava ser essa", afirmou Pedro Simon, em discurso no plenário do Senado. Conforme revelou na noite desta segunda-feira, 23, o Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, a decisão diferencia os procuradores dos demais servidores do órgão. Na maioria dos casos, os funcionários comuns terão direito a viajar de classe econômica, enquanto que os procuradores, de executiva.
O senador peemedebista, que fazia um pronunciamento elogioso a uma entrevistada dada por Janot no final de semana, leu a maior parte da reportagem ao final do discurso. Simon se mostrou surpreso com o comentário feito pelo subprocurador-geral da República Brasilino Santos favorável ao uso da classe executiva de que "ou é um procurador ou é um descamisado".
"Não creio que se diga que classe executiva seja classificação de ordem de dignidade e de seriedade", comentou Simon. Ele disse que "com a maior tranquilidade" espera que Janot tome as providencias cabíveis para discutir com sua equipe o que fazer diante de uma notícia como essa.
Em entrevista ao Broadcast Político, o vice-líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que, como parlamentar, voa com passagens sem quaisquer privilégios. Ele defendeu "É um momento de dar exemplo", disse o tucano. "Se for viajar em classe executiva com recursos próprios, tudo bem. Mas pago com recursos públicos não dá", completou.
Assim como o tucano, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), também considerou que não vê necessidade de se ter como "regra geral" o uso de voos executivos. Ele disse que exceto em casos especiais, como viagens longas e uma agenda para cumprir logo em seguida.
"O procurador-geral deve ter suas razões. Agora, no Parlamento e em outras áreas, isto é irrelevante (usar passagem executiva para voos aos exterior). O normal é que você possa viajar como outros passageiros", afirmou.