MPF 'adia' palestra de presidente da Siemens sobre ética
O convite a Stark fora feito pelo subprocurador-geral da República Antônio Fonseca, coordenador da 3.ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, unidade que se dedica ao consumidor e à ordem econômica. A palestra seria a portas fechadas para o público e imprensa. Até a rede alemã Deutsche Welle (DW) divulgou reportagem sobre o descontentamento e "mal estar" entre procuradores.
Nesta segunda-feira, 2, Fonseca divulgou "nota de esclarecimento" no site da PGR, assumindo responsabilidade pelo convite, mas o "adiamento" da fala de Stark só informou para o público interno. "O convite foi para falar sobre a polÃtica privada de incentivo à delação, conhecida como Â?ética e complianceÂ?, adotada pela empresa (Siemens) em 2007, aplicada para frente e para trás, no mundo todo. Graças a essa polÃtica foi possÃvel abrir processo contra o chamado cartel do metrô de São Paulo."
Fonseca - que fará a palestra, no lugar de Stark - tem sugestão para "salvar o Brasil" dos malfeitos. "Comprometido com a promoção das boas práticas, o coordenador da 3.ª Câmara está convencido de que, para resolver os problemas de propina e corrupção, precisamos que 100 grandes empresas delatem as mazelas da economia brasileira. Nesse sentido, a Siemens pode ser considerada um exemplo que deve ser seguido. Delatar não santifica o delator, mas salva o Brasil", disse na nota.
O subprocurador diz que "respeita aqueles que não concordam" com a sua visão, mas continuará no esforço de "levar adiante a polÃtica da Câmara que lidera de, pelas boas práticas, devolver à sociedade uma economia com mais integridade, capaz de atrair investimentos limpos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.