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Mesmo com cota de R$ 15 mil, deputado antecipava crédito para comprar mais passagens

Inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que revela detalhes sobre a chamada 'Farra das Passagens' esquema de compra de passagens aéreas

10:54 | 12/09/2013
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Mesmo tendo cota mensal de R$ 15 mil para viajar, o deputado federal cearense Aníbal Gomes (PMDB) recorria a antecipações e pedidos de empréstimo para adquirir mais passagens aéreas. As informações são do Congresso em Foco, que traz nesta quinta-feira, 12, dados de inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF) que revela detalhes sobre a chamada “Farra das Passagens” – esquema de compra e venda de passagens aéreas denunciado em 2009.

Segundo o inquérito, Aníbal recorria a antecipações de créditos de passagens que passavam dos R$ 40 mil. O valor bastaria para pagar, atualmente, cerca de 40 passagens de ida e volta entre Brasília e Fortaleza. Procurado pelo Congresso em Foco, o deputado – que tem R$ 6,8 milhões em bens declarados à Justiça Eleitoral – não prestou esclarecimentos sobre o caso.

Ainda de acordo com a investigação, o cearense também chegou a dever – em 2009 – R$ 38 mil a uma agência de turismo pertencente ao irmão de uma funcionária do seu gabinete. Uma terceira forma de financiamento era pedir empréstimos para gabinetes vizinhos.

[SAIBAMAIS 3]Farra das passagens

Conforme O POVO publicou entre 2009 e 2010, O Ceará foi o estado com maior número de representantes na lista dos que mais usaram as passagens para viajar ao Exterior ou beneficiar pessoas que, segundo o Ministério Público Federal, não teriam direito ao subsídio. Entre os cearenses citados à época constavam os ex-deputados Léo Alcântara (PR), Marcelo Teixeira (PR) e Eugênio Rabelo (PP), além do deputado Paulo Henrique Lustosa (PMDB).

Quatro anos após as denúncias, o Ministério Público decidiu manter apenas Aníbal Gomes entre os cearenses investigados, solicitando que a Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhasse o pedido de apuração ao STF – único órgão que julga autoridades federais com foro privilegiado.

Em entrevista ao O POVO em maio deste ano, o deputado disse que não houve vendas de bilhetes e, sim, trocas: quando sua cota “estourava” a funcionária recorria à agência do irmão para que ele emprestasse passagens. No mês seguinte, quando a Câmara liberava nova remessa, a agência solicitava o reembolso, conforme Aníbal argumentou.

com informações do Congresso em Foco

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