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Membro do Movimento Passe Livre debate manifestações de ruas e "tarifa zero"

O Movimento Passe Livre, grupo de cunho anticapitalista, foi um dos grupos responsáveis pelo início das manifestações de rua

12:39 | 05/08/2013
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A primeira entrevista da temporada 2013 do programa O Povo Quer Saber debateu as manifestações de ruas e o futuro do ativismo político no Brasil, com o educador e membro do Movimento Passe Livre (MPL), Pedro Brandão, na manhã desta segunda-feira, 5. Entre os temas, foram destacados a estrutura de organização do movimento, os atos de violência e o respeito à autonomia de manifestantes e as expectativas do MPL para a aceitação de propostas como a tarifa zero no transporte público.

O Movimento Passe Livre, grupo de cunho anticapitalista, foi um dos grupos responsáveis pelo início das manifestações de rua que atraíram e inspiraram manifestantes com palavras de ordem diversas, em várias cidades brasileiras. “O Movimento Passe Livre se organiza horizontalmente. O que quer dizer que as pessoas do movimento são autoconvocadas, você participa se quiser, lá não tem liderança. É complicado. Muita gente não entende (a estrutura)”, destaca Pedro Brandão.

Questionado sobre o futuro das manifestações, o membro do MPL destacou: “O gigante acordou era uma coisa que você ouvia nos protestos da Direita pré-ditadura”. “A gente sempre esteve acordado, a gente não dormiu, a gente continua na luta”. Brandão também ressaltou a participação política nos protestos, algumas vezes hostilizadas por manifestantes. "Dentro das manifestações os partidos políticos foram fundamentais no processo. Não foram protagonistas, mas foram fundamentais", defendeu.

Violência
Uma das questões em pauta foram os atos de violência contra o patrimônio público e outras estruturas nas cidades. De acordo com Brandão, o MPL defende a autonomia do indivíduo no sentido de que cada tem definições pessoais sobre a forma de protesto e que nenhuma pessoa pode interferir na vontade de outra. Sobre os confrontos com a Polícia, ele destacou que o grupo “não responsabiliza a repressão pelo sucesso do movimento”.

Tarifa Zero
O repórter do núcleo de Conjuntura do O POVO, questionou Brandão sobre a proposta do grupo para que a tarifa zero fosse instituído de forma ao governo não precisar voltar atrás da decisão como já aconteceu em outros países. Brandão destacou alguns pontos de defesa do grupo para que a ideia se estruture de forma sustentável. Dentre elas, está a criação de um Conselho Municipal de Transporte com participação popular.

O jornalista e diretor institucional do O POVO, Plínio Bortolotti, pontou que, em uma estrutura capitalista como a do Brasil, sempre alguém “paga a conta” pelas decisões do governo e perguntou a Pedro Brandão o que propunha o movimento para lidar com esse fato.

“Existem algumas figuras, capitalistas por sinal, que ganham com o transporte na cidade. Os shoppings, por exemplo, têm um impacto com isso, eles teriam de pagar mais imposto, sim, para poder pagar (a oferta da tarifa zero). Quem ganha mais e quem lucra mais, pague mais pelo transporte da cidade, que ganha menos, que pague menos, quem não ganha nada, que não pague nada”, pontuou Brandão.

Propostas de Dilma
O membro do MPL reafirmou que as propostas apresentadas por Dilma Rousseff não são suficientes. “As ações da presidente no campo do transporte público não atendem as necessidades da população. Elas são paliativas, não vão resolver o problema de fato”, disse o educador.

Pedro Brandão foi entrevistado pelos jornalistas Plínio Bortolotti, diretor institucional do Grupo de Comunicação O POVO; Ítalo Coriolano, editor-adjunto do núcleo de Conjuntura do O POVO; e Marcos Robério, repórter do núcleo de Conjuntura.

Programação

As entrevistas do O POVO Quer Saber 2013 irão ao ar sempre às segundas-feiras, das 10h às 12h.
12/8: As oportunidades e o legado da Copa do Mundo.
19/8: Envelhecimento da população brasileira e seus desafios.
26/8: Energias renováveis: um desafio para o futuro do Brasil.
2/9: O amor nos tempos da internet: novas sensibilidades e novos afetos.
9/9: Marginália musical: o que é estar à margem na música popular do século XXI?

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