Defesa de réu da chacina de Unaí desqualifica PF
O primeiro a ser ouvido nessa terça-feira, 27, foi o delegado federal Antônio Celso dos Santos, responsável pelas investigações. Durante duas horas e meia, o delegado respondeu às questões feitas por Moutinho. Para tentar comprovar que havia "buracos" no trabalho realizado pela PF, o advogado de defesa apresentou trechos do vídeo do depoimento de Rogério à polícia federal. "O Rogério fez a confissão com sede, fome e teve um tratamento diferenciado", afirmou Moutinho.
No final da oitiva, o advogado afirmou também que o réu estava em Salvador no dia do crime. Segundo Moutinho, Rogério Allan era motorista de um espanhol e o teria levado à capital baiana e ficado lá nos dias 26, 27 e 28 de janeiro. Porém, foi comprovado, durante as investigações, que o espanhol só entrou no Brasil no dia 8 de fevereiro.
Para Antônio Francisco Patente, assistente de acusação, o advogado de defesa acabou acusando o réu. "Ele promoveu a acusação do cliente. Os jurados são leigos e interpretam o que veem", afirmou, se referindo aos vídeos apresentados.
Antes do início da oitiva do delegado, a procuradora da República em Minas Gerais, Miriam Moreira Lima, afirmou que testemunhas disseram que Antério Mânica e Norberto Mânica continuam depositando dinheiro nas contas dos três réus que estão sendo julgados.
No início da noite, foi ouvido o policial militar Matuzalem Silvério da Silva. Ele confirmou que comprou a pistola 380 usada por Erinaldo de Vasconcelos para matar as vítimas. Matuzalem negou saber que a arma tinha sido usada no crime.
Nesta quarta-feira, 28, o julgamento terá início às 9 horas. Há ainda mais cinco réus no processo. Humberto Ribeiro dos Santos, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Carvalho devem ser julgados no dia 17 de setembro. Antério Mânica, que foi prefeito de Unaí por oito anos, ainda não tem data para ser julgado. Francisco Pinheiro, acusado de ter agenciado os assassinos, morreu em janeiro deste ano.