Aécio usa inflação e gestão em Minas para criticar Dilma
Além disso, os tucanos apostaram no tema do fomento ao empreendedorismo como um contraponto aos programas de transferência de renda do governo petista, que tem neles seus "carros-chefes", como o Bolsa Família e o Brasil Carinhoso.
Criticado por petistas por não ter usado palavras como "povo" e "pessoas" em seu discurso crítico aos dez anos do PT no poder, feito na tribuna do Senado em fevereiro, o presidente nacional do PSDB apareceu no programa visitando a população do interior de Minas e também em uma roda de conversa com um grupo de eleitores.
Aécio também aparece dentro de um carro em movimento, no qual percorre o Estado. De saída de São João del-Rei, logo no início, fala do avô, Tancredo Neves, e diz ter sido um "espectador privilegiado" da luta pela democracia por ter estado ao lado dele e de Ulysses Guimarães. O mineiro usa calça jeans e camisa para fora da calça.
Em deferência ao PSDB paulista, em parte resistente à candidatura de Aécio, o programa mostrou, ao final, trechos dos discursos do ex-governador José Serra, do atual governador, Geraldo Alckmin, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na convenção tucana que elegeu o mineiro presidente do partido há duas semanas.
Na conversa com eleitores, o assunto foi a inflação. Uma mulher pergunta se os salários diminuíram ou se o custo de vida aumentou. Uma segunda reclama que o salário "não chega até a metade do mês, não dá nem para pagar as contas". Uma terceira sustenta, em referência ao fruto que encarnou a alta dos preços, que "a sensação é de abuso, porque o tomate chegou a R$ 10 o quilo".
Dizendo-se estar "muito preocupado" e tratar-se de "uma questão muito grave", porque penaliza mais os pobres, o senador afirma que "a inflação deve ser tratada com tolerância zero". "É preciso que o governo dê o exemplo."
"Um governo que gasta mais do que arrecada é o governo que vai estar ao final estimulando a inflação", diz Aécio aos eleitores. O tucano ainda recupera o Plano Real - "o mais exitoso plano de controle da inflação" - para defender a tese de que "tudo o que veio depois, veio com a estabilidade". "A gente não teria os investimentos que o Brasil teve se não tivesse estabilidade. Não ia ter os programas de transferência de renda."
Ele ainda critica a duração destes últimos. "É preciso trabalhar para a superação real da pobreza, criando condições para que as pessoas possam trabalhar e crescer na vida. Não acho que a herança que um pai de família pode deixar pro seu filho é o cartão do Bolsa Família".
O programa mostra uma artesã e um produtor rural mineiros que sustentam ter se desenvolvido profissionalmente a partir de ações de Aécio como governador - a primeira, porque o governo estimulou um circuito de artes; o segundo, porque fez estradas para escoar a produção.
O mineiro também voltou a defender o setor privado, tema abandonado pelos tucanos desde a eleição presidencial de 2002. Segundo Aécio, esse setor "é essencial" e não pode "ser tratado como inimigo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.