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Feliciano reafirma maldição divina contra os africanos

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara é investigado por preconceito e discriminação por uma declaração realizada pelo Twitter

10:17 | 05/04/2013
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Em defesa protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) afirmou novamente que existe sobre os africanos uma maldição divina, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. Feliciano procurou justificar seu discurso afirmando que atrelou seu mandato parlamentar à sua crença religiosa, afirmação que ele tem rechaçado publicamente.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara é investigado por preconceito e discriminação por uma declaração realizada pelo Twitter. "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos levam ao ódio, ao crime, à rejeição", escreveu no microblog em 2011.

No mesmo período, o pastor também postou na rede social que africanos são amaldiçoados por Noé. O post foi deletado posteriormente. Tais declarações resultaram em protestos e manifestações nas redes sociais e nas sessões da comissão.

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Marco Feliciano é acusado de induzir o preconceito de raça, cor, etnia e religião, além de estar sujeito à prisão de um a três anos e multa.

Ao se defender, Feliciano afirma que não é homofóbico e racista, mas reafirma sua posição sobre a afirmação da maldição contra os africanos. "Citando a Bíblia [...], africanos descendem de Cão [ou Cam], filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições", afirmou, na peça protocolada em seu nome pelo advogado Rafael Novaes de Silva.

A defesa afirma que existe uma forma de "se livrar da maldição", entregando "os seus caminhos ao Senhor". "Tem ocorrido isso no continente africano. Milhares de africanos têm devotado sua vida a Deus e por isso o peso da maldição tem sido retirado", relata a peça protocolada.

Em relação à afirmação sobre os gays, Feliciano não entra em detalhes e diz, ao STF, que não há lei que criminalize sua conduta.

Religião e política
Diante da atual crise da gestão, Feliciano afirmou que sua crença não afeta a situação na Câmara, argumento usado para se manter na presidência. Atualmente o discurso mudou, e ele disse que seu mandato está atrelado à religião.

O deputado afirmou ao STF que suas manifestações no Twitter estão "ligadas ao exercício de seu mandato". A estratégia é vincular as declarações à imunidade parlamentar, destaca a Folha de S. Paulo.

Eleição para Comissão
Marco Feliciano foi eleito no começou do mês de março. A escolha gerou polêmica nas redes sociais e manifestações públicas em diversos estados do Brasil. Por causa disso, Feliciano conseguiu aprovar requerimento fechando as sessões da Câmara para o público.

Redação O POVO Online

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