O governador Cid Gomes (PSB) admitiu que "alguém da Polícia Militar" deve estar "incomodado" com a presença do seu irmão, o ex-ministro Ciro Gomes, "ajudando" na área da segurança pública do Estado. O setor é hoje alvo de muitas críticas. Para Cid, por causa da presença de Ciro na área, com certeza não é o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Francisco Bezerra, que deva estar se sentindo incomodado, mas alguém dos quadros da corporação.

Foi o que ele disse durante pronunciamento que, nesta manhã de sexta-feira, 5, da tribuna da Assembleia Legislativa. Cid leu nota oficial que, nessa noite de quinta-feira, o Palácio da Abolição divulgou rebatendo as supostas denúncias de espionagem feitas pelo deputado federal Eudes Xavier (PT), da tribuna da Câmara, e que o envolveu, assim como seu irmão, Ciro, e alguns secretários, numa possível ação de espionagem com apoio da empresa americana Kroll contra o ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa (PR). Um dos maiores desafetos do governador, o vereador Capitão Wagner, pertence ao mesmo partido de Pessoa. O parlamentar foi o líder da greve da PM, entre 2011 e 2012.

Em seu pronunciamento, Cid chegou a dizer que nunca ouviu falar dessa empresa. "Sei nem que diabo é isso!", afirmou, não poupando muitas ironias à denúncia de Eudes Xavier, qualificada por ele de algo "cômico".