Pastor Feliciano preside sessão tensa na Câmara
Momentos depois, Nilmário sentou-se para reclamar do comportamento do pastor que, ironicamente, perguntou quem era ele. "Quem é o senhor? Como é o seu nome?", indagou Feliciano. Já sentado, o petista disse que Feliciano não tinha "legitimidade" para presidir a Comissão. Toda a bancada do PT se retirou da Comissão. Em outro momento, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) também quase saíram no tapa.
Mais cedo, antes do início da sessão, cerca de 50 evangélicos lotaram, desde a parte da manhã, a sala da Comissão de Direitos Humanos. Sentaram-se no lugar dos deputados, ocupando cinco fileiras. A maioria deles admitiu ser da igreja evangélica. "Sou do Gama (cidade-satélite de Brasília) e sou evangélico. Mas não sei se sou da mesma igreja do deputado", disse Jonatas Ferro, que bateu boca e também quase trocou socos com o deputado Mário Heringer (PDT-MG).
Feliciano foi aplaudido de pé, assim que entrou na sala. Representantes dos movimentos sociais e a imprensa só puderam entrar na sala da Comissão minutos antes do início da sessão. Os representantes de movimentos fizeram muito barulho e gritaram ininterruptamente palavras de ordem contra Feliciano. "Racista, fundamentalista!" , "Pastor ditador!", "Foram Feliciano!"
Na tentativa de mostrar que não é homofóbico, Feliciano pôs em votação requerimento propondo nota de repúdio ao candidato presidencial, Nicolas Maduro, que acusa seu adversário de ser homossexual. O requerimento, que não foi aprovado por falta de quorum, era de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), que é suplente na Comissão e presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Sem condições de se locomover sozinho pelos corredores da Câmara, Feliciano foi obrigado a deixar a Comissão cercado por mais de 20 seguranças.