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OAB pede PF em investigação de morte de jornalista

18:02 | 20/03/2013
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais reivindicam a presença da Polícia Federal (PF) nas investigações da morte do jornalista mineiro Rodrigo Neto de Faria, de 38 anos. Faria foi assassinado a tiros no dia 8, em Ipatinga, no Vale do Aço, quando deixava um bar em companhia de amigos.

Ele era conhecido por fazer reportagens de denúncia envolvendo policiais e até mesmo grupos de extermínio. Faria recebia ameaças, que foram levadas ao Ministério Público Estadual (MPE), mas não foram investigadas. Numa reunião ocorrida em Ipatinga nesta terça-feira (19), o presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Furtado, cobrou da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, o acompanhamento do governo federal e agilidade na apuração do crime. Furtado disse que defenderá também junto ao ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, a presença da PF nas apurações.

"Trata-se de um crime contra a vida e contra os mais caros valores da democracia, que são a liberdade de expressão e os direitos humanos", afirmou. "Precisa ser apurado com todo o rigor para que não paire nenhum resquício de impunidade." Maria do Rosário se comprometeu a levar o assunto à administração federal. "Queremos dar um exemplo ao país, de que crimes desta natureza não podem ficar impunes", afirmou. Ela disse acreditar que a atuação compartilhada entre o governo de Minas Gerais e o Poder Executivo federal favorece resultados mais rápidos.

"Possivelmente, tentaram calá-lo. Se a voz dele não se faz escutar hoje, que a voz de todos nós seja a voz de Rodrigo Neto para que aquilo que ele denunciou não fique impune e que seu assassinato seja exemplarmente punido diante do Brasil e do mundo", afirmou. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, Durval Ângelo (PT), também cobrou a presença da PF no caso. "O Rodrigo morreu por causa do trabalho de jornalista contra os grupos de extermínio. É preciso uma mudança geral na polícia de Ipatinga. Nem todos (policiais) estão envolvidos com o crime, mas alguns protegem os criminosos ou têm medo de apurar as denúncias", afirmou.

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