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PF apreende documentos na casa de prefeito no RJ

18:03 | 20/12/2012
Derrotado em outubro passado, quando tentou a reeleição mas sequer chegou ao segundo turno, o prefeito de Duque de Caxias (RJ), José Camilo Zito dos Santos (PP), foi um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu nesta quinta-feira (20) 14 mandados de busca e apreensão na capital fluminense e em outros municípios do Estado do Rio. As medidas são resultado de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público do Rio em razão de supostas irregularidades na gestão de verba pública no sistema de saúde em Duque de Caxias.

A polícia chegou à casa do prefeito pouco antes das 7 horas. Não havia ninguém e foi preciso chamar um chaveiro para abrir o portão. Bombeiros foram acionados para conter dois cães de guarda que estavam no jardim. Pouco depois, chegou o caseiro da família. Foram apreendidos computadores e documentos. Em nota, a assessoria da Prefeitura de Duque de Caxias informou que "a Procuradoria Geral do Município foi notificada pela Justiça Federal e apresentará defesa dentro do prazo legal". Zito não foi localizado pela reportagem.

Além da apreensão de documentos, a ação, determinada pela 1ª Vara Federal de Duque de Caxias, incluiu o arrolamento de bens em postos de saúde e no Hospital Moacyr Rodrigues do Carmo. O arrolamento é uma medida cautelar destinada a proteger bens objeto de litígio, com o objetivo de conservá-los do perigo de extravio ou dilapidação. Outros mandados de busca foram cumpridos nos municípios de Petrópolis, Areal e São José do Vale do Rio Preto.

Importante líder político da Baixada Fluminense na década passada, Zito governou Caxias entre 1997 e 2004 e voltou à prefeitura em 2008. Em 2000, elegeu a ex-mulher, Narriman, e o irmão, Valdir, prefeitos de outras duas cidades da região, Magé e Belford Roxo. A filha, Andreia, é deputada federal. Outra ex-mulher, Claise, é deputada estadual. Todos adotaram o sobrenome Zito e ingressaram na política pelas mãos do prefeito.

O caos administrativo e suspeitas de irregularidades nos contratos de coleta de lixo e de desvio de verbas para a saúde abalaram o prestígio de Zito, que começou a carreira política no nanico PTR, passou para o PSB, depois PSDB e agora está no PP.

Em 2002, Zito foi absolvido da acusação de ter encomendado o assassinato de um secretário de Caxias, ocorrido em 1993. Ele chegou a ser preso duas vezes por causa da acusação.

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