'Nada deixará de ser apurado', diz Gurgel sobre Valério
Roberto Gurgel disse que, com o fim do julgamento do mensalão, vai analisar "em profundidade" o depoimento de Valério. Segundo ele, "com muita frequência" o empresário "faz referência a declarações que ele considera bombástica". Contudo, destacou, quando são examinadas as falas, "não é bem isso". "Mas vamos ver o que existe no depoimento que possa motivar futuras investigações. Como sempre, nada deixará de ser investigado", afirmou Gurgel, na chegada à última sessão plenária do Supremo Tribunal Federal (STF) no ano.
O chefe do Ministério Público Federal disse que uma eventual investigação contra Lula não ficaria a cargo nas mãos dele, uma vez que o ex-presidente não detém foro privilegiado. Gurgel disse que o que estiver relacionado ao ex-presidente será encaminhado à Procuradoria da República de primeiro grau, podendo ficar em Brasília ou São Paulo, dependendo do conteúdo. Ele negou que tenha havido um segundo depoimento prestado recentemente.
O procurador-geral afirmou que Valério entregou "alguns documentos, muito poucos". Esse material, de acordo com ele, será analisado para verificar sua autenticidade e quais providências podem ser tomadas para uma eventual apuração. Gurgel exemplificou que o empresário entregou dois comprovantes de depósitos, o que levará a uma verificação sobre os beneficiários dos repasses e em que contexto a transação ocorreu. "Tudo isso, enfim, tem que ser aprofundado para que a atuação do Ministério Público seja responsável e com objetivo de tudo apurar", observou.
Roberto Gurgel disse ter ficado "extremamente satisfeito" com o fim do julgamento do mensalão, ocorrido na segunda-feira. "Foi um esforço imenso de todos do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal e, felizmente, com um resultado excelente", destacou. Dos 37 réus na ação, a Corte condenou 25, dentre os quais o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.