Envolvidos em esquema são questionados por Comissão
O presidente da Comissão, Américo Lacombe, informou que os quatro envolvidos nas denúncias têm 10 dias a partir do momento que receberem o pedido formal para encaminhar à comissão as informações solicitadas. A Comissão pretende fazer uma reunião extraordinária entre os dias 16 e 17 de dezembro para avaliar as informações recebidas e deliberar sobre o que fazer em relação a elas.
Segundo Lacombe, não há motivo, "pelo menos por enquanto", para que seja convocado o ministro chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams. "Não vimos compromisso dele. Se o Weber não se comportou bem, a culpa é dele (Weber)", disse. "O advogado-geral da União apenas o indicou. Ele tem a presunção da inocência", completou, justificando que, num segundo momento, pode ser que o ministro Adams tenha que dar explicações. Lacombe evitou também admitir que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa ser chamado pela comissão. "Vamos ver depois. Degrau por degrau", disse.
O presidente da Comissão admitiu que, mesmo os que já foram afastados do serviço público, poderão sofrer censura ética. "Os que sofrem censura ética perdem a condição de reputação ilibada", disse. Essa situação pode prejudicá-los no caso de alguma outra contratação no serviço público, além de dificultar a defesa deles.
Lacombe comentou ainda a decisão da presidente Dilma Rousseff de editar nos próximos dias o decreto que estabelece a "ficha limpa" na administração pública. Ele elogiou a iniciativa e disse que "nunca é tarde". Segundo o presidente da Comissão de Ética, todos os poderes deveriam incluir essa exigência da ficha limpa. "Não é só para cargo eletivo que isso deve valer. Isso é uma condição para o servidor público".